Tendência: moda é um dos destaques nas compras on-line e presenciais em 2025
Mercado global caminha para alcançar US$ 178 trilhões, e setor nacional demonstra fôlego para acompanhar a projeção
O setor de moda deve se consolidar como protagonista nas compras on-line e presenciais nos próximos anos. O mercado mundial de vestuário, avaliado em US$ 136 trilhões em 2023, caminha para alcançar US$ 178 trilhões até 2029, de acordo com a consultoria Mordor Intelligence. A expectativa é que o segmento mantenha sua posição de destaque em 2025, alinhado às tendências globais.
No Brasil, o setor de moda deve seguir a mesma projeção, impulsionado também pelas vendas do e-commerce. Apenas no segundo trimestre de 2024, o segmento movimentou R$7,1 bilhões, o que lhe garantiu a segunda posição entre as categorias mais lucrativas das lojas virtuais.
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A preferência dos consumidores pelas plataformas digitais é motivada por diferentes razões, incluindo a praticidade e a diversidade que as oferecem para atender. Seja para adquirir peças de esporte fino feminino , casuais masculinas, infantis ou outras, o consumo no ambiente digital se consolidou entre os brasileiros.
Mas isso não significa que as compras presenciais perderam relevância. Pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), em 2023, revela que 14% das 50 maiores redes de franquias do Brasil, em número de unidades, são do setor de moda.
Ainda segundo o estudo, o número de unidades de redes de moda cresceu 12,2%, impulsionado tanto pela força de marcas já consolidadas, quanto pela entrada de novas empresas, que buscam atender a um público mais diversificado e exigente.
Inovação deve acompanhar desejo dos consumidores
O relatório “The State of Fashion 2025”, produzido pelo Business of Fashion (BoF) em parceria com a consultoria McKinsey, revela mudanças no comportamento dos consumidores: a preferência por menos opções e a maior precisão na hora de comprar.
Segundo o estudo, 74% dos consumidores abandonam compras on-line devido ao excesso de escolhas disponíveis. Além disso, 80% afirmaram que a dificuldade em encontrar o que procuram é uma barreira para finalizar a compra.
Em resposta à demanda por praticidade e personalização, marcas de moda estão investindo em soluções de curadoria por meio de Inteligência Artificial (IA). A estratégia envolve o uso de algoritmos para analisar o comportamento e as preferências de cada consumidor.
Assim é possível oferecer recomendações de produtos mais alinhadas ao perfil e histórico de compras. Essa tecnologia, que já é utilizada em setores como o de música e entretenimento, em plataformas como Spotify e Netflix, busca aprimorar a experiência do consumidor.
Nas lojas físicas, o desafio está em oferecer experiências diferenciadas. O relatório destaca que personalizar a jornada dentro dos ambientes é essencial para revitalizar a demanda por compras presenciais, que se perdeu em parte por conta da pandemia de Covid-19.
Para isso, o estudo informa que capacitar equipes de vendas se torna prioridade. Investir em treinamentos pode melhorar o atendimento e impactar os resultados financeiros. Prova disso é que 75% dos consumidores afirmaram estar dispostos a gastar mais, quando recebem um atendimento de alto nível.
Ainda assim, outlets, promoções e até mesmo imitações de produtos de luxo continuam ganhando espaço no mercado. Dados da pesquisa mostram que mais de 70% dos consumidores planejam comprar em outlets nos próximos 12 meses, mesmo se tiverem mais poder aquisitivo.
Consumidores brasileiros valorizam ética das marcas
A pesquisa “Consumo de Moda no Brasil”, conduzida pelo Opinion Box em novembro do último ano, traz novos dados sobre o comportamento do consumidor brasileiro. Entre os mais de 2 mil entrevistados, 51% afirmaram comprar itens de moda, pelo menos, uma vez por mês.
No entanto, não é apenas a frequência que chama atenção, mas os valores que guiam as escolhas. A experiência do cliente segue sendo um ponto de atenção: 69% dos consumidores já desistiram de comprar de uma marca de moda devido a um atendimento insatisfatório.
Questões éticas também estão em evidência. Mais da metade dos participantes (55%) relata ter deixado de comprar de marcas associadas ao trabalho análogo à escravidão, prática que gerou escândalos recentes envolvendo redes de fast fashion e marcas de luxo.
O estudo “Consumo Consciente”, realizado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) em outubro de 2023, reforça essa tendência. Segundo a pesquisa, um terço dos consumidores avalia as práticas internas das empresas antes de tomar uma decisão de compra.
Questões como desrespeito aos empregados (39%), fraude e corrupção (37%) e impactos ambientais (35%) estão entre os fatores mais relevantes para o público desistir da compra. Além disso, 58% dos entrevistados destacaram a importância de selos e certificações que comprovem práticas sustentáveis e socialmente responsáveis.
Fonte: Portal AZ