Luigi Mangione se declara inocente em assassinato de CEO da UnitedHealthcare

A família Mangione emitiu uma declaração expressando choque e solidariedade com a família de Brian Thompson, pedindo privacidade e orações para todos os envolvidos

Por Redação do Portal AZ,

Luigi Mangione, de 26 anos, acusado de assassinar Brian Thompson, CEO da UnitedHealthcare, declarou-se inocente nesta segunda-feira (23/12) no tribunal de Nova York. Mangione enfrenta 11 acusações criminais estaduais, incluindo assassinato relacionado a terrorismo, além de acusações federais que podem resultar na pena de morte.

Segundo os promotores, o assassinato de Thompson foi cuidadosamente planejado. Mangione teria atirado no CEO em Manhattan, fugido para a Pensilvânia e, posteriormente, sido capturado em um McDonald’s. Ele estava em posse de uma ghost gun (arma caseira não rastreável) e de um manifesto manuscrito de três páginas que, segundo os investigadores, expunha sua “hostilidade contra o setor de seguros de saúde e seus executivos”.

Foto: Getty imagensLuigi Mangione
Luigi Mangione 

O documento trazia frases como “Esses parasitas mereciam isso” e “Peço desculpas por qualquer sofrimento e trauma, mas era algo que tinha que ser feito”. As cápsulas de munição encontradas no local apresentavam as palavras “negar”, “defender” e “destituir”, frequentemente associadas às táticas usadas por seguradoras para rejeitar pedidos de cobertura médica. 

O manifesto de Mangione provocou debates polarizados nas redes. Enquanto muitos condenam o ato como um crime grave e injustificável, outros veem o suposto assassino como uma figura de protesto. Nas redes sociais, algumas pessoas elogiam o ato como uma forma extrema de chamar atenção para os problemas do sistema de saúde americano.

O texto manuscrito expressa ressentimento profundo com o setor de saúde e suas práticas corporativas. Além disso, Mangione fez referências às dificuldades enfrentadas por pacientes que têm seus pedidos de cobertura médica negados, muitas vezes em situações de emergência.

A insatisfação de Mangione pode estar ligada a experiências pessoais. Investigadores descobriram que ele passou por uma cirurgia na coluna e enfrentou problemas contínuos de dor crônica. Perfis online atribuídos a ele indicam leituras sobre o sistema de saúde, incluindo livros como Crooked: Outwitting the Back Pain Industry (“Tortos: Superando a Indústria da Dor nas Costas”).

Além disso, Mangione deu quatro estrelas ao texto Industrial Society and Its Future (“Sociedade Industrial e Seu Futuro”), manifesto do “Unabomber” Theodore Kaczynski, conhecido por criticar a alienação causada pela tecnologia e a vida moderna.

Apoio

No tribunal, um número significativo de pessoas, majoritariamente jovens mulheres, se reuniu para apoiar Mangione. As manifestações de solidariedade refletem o descontentamento com o sistema de saúde americano, frequentemente criticado por ser inacessível e excludente.

Analistas apontam que, embora o suposto crime tenha sido isolado, ele é sintomático de tensões sociais mais amplas. O secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, classificou a retórica online como “alarmante”, alertando para um aumento do extremismo doméstico.

Defesa

Karen Friedman Agnifilo, advogada de Mangione, argumentou que as acusações estaduais e federais apresentam conflitos, tornando o caso “confuso e incomum”. Ela também expressou preocupação sobre a imparcialidade do julgamento, citando declarações públicas de autoridades, incluindo o prefeito de Nova York.

Histórico de Mangione

Mangione vem de uma família influente em Baltimore, Maryland, e foi aluno de destaque na Gilman School, uma escola particular renomada. Ele se formou em ciência da computação pela Universidade da Pensilvânia e trabalhou como engenheiro de dados antes de mudar-se para o Havaí, onde enfrentou problemas de saúde relacionados à coluna.

Não possui antecedentes criminais em Nova York, e seu último endereço registrado foi em Honolulu, capital do Havaí, segundo a polícia.

Vindo de uma família influente, ele frequentou a Gilman School, uma escola particular exclusivamente masculina em Baltimore, onde foi nomeado orador da turma, título geralmente concedido ao estudante com o melhor desempenho da classe.

Em comunicado, a escola descreveu a situação como “profundamente angustiante”.

Um ex-colega de classe, Freddie Leatherbury, afirmou à agência de notícias Associated Press que Mangione vinha de uma família rica, mesmo para os padrões dessa escola privada. “Sinceramente, ele tinha tudo a seu favor”, declarou Leatherbury.

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Fonte: Com informações do Correio Braziliense

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