Exposição no Museu do Piauí aborda luta de mulheres com hanseníase
Mostra retrata estigma e resiliência por meio de obras que denunciam preconceitos
O Museu do Piauí, Casa de Odilon Nunes, em Teresina, recebe até 31 de janeiro a exposição "Vozes: contra o estigma, preconceito e outras violências contra mulheres com hanseníase". A mostra é resultado de uma pesquisa qualitativa que documenta as experiências de estigma, violência e exclusão enfrentadas por mulheres com hanseníase no estado.
Organizada em parceria com o Centro de Inteligência em Agravos Tropicais Emergentes e Negligenciados (Ciaten) e a Universidade Federal do Piauí (Ufpi), a exposição apresenta obras que sensibilizam o público para as questões sociais e emocionais que cercam a doença.
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Entre os destaques, a obra "Sombra de Isolamento", de Fábio Solon, retrata o abandono social e emocional de uma mulher isolada, simbolizando as barreiras impostas pela sociedade. Já em "Renascimento", também de Solon, a perspectiva se inverte, mostrando uma mulher resiliente que transforma as marcas da hanseníase em um símbolo de força e superação.
As obras da artista Maria Rita Amorim Braga também ganham destaque. Em "Tons de Mulher", ela aborda a identidade e a força de uma mulher preta que enfrenta os desafios da doença, enquanto "Atraída pela Luz" utiliza o girassol como símbolo de busca por superação e bem-estar.
Entre os visitantes, o casal mineiro José Luiz Fazzi e Leila Maria Bedeschi Costa destacou a relevância da exposição. José Luiz elogiou o engajamento dos alunos da Ufpi na representação artística dos resultados da pesquisa. Já Leila enfatizou a força das obras em sensibilizar o público sobre os impactos do preconceito:
"Me chamou muito a atenção um quadro em que uma mulher fala sobre como a doença, que deforma o corpo, a torna ainda mais excluída. A sociedade exige um padrão de beleza, e a doença agrava essa exclusão. Denunciar isso com arte é fundamental", disse Leila
Além de provocar reflexões, a exposição cumpre o papel de empoderar mulheres que convivem com a hanseníase, utilizando a arte como ferramenta de denúncia e resistência. A entrada é gratuita, e a mostra promete ser uma experiência transformadora para os visitantes, ao lançar luz sobre uma realidade frequentemente invisibilizada.
Fonte: Governo do Piauí