Vaticano aprova novas diretrizes que permitem homens gays se tornarem padres

As novas diretrizes ainda possuem restrições, como a proibição de relações sexuais por parte dos sacerdotes homossexuais

Por Rayfran Junior, 11/01/2025 14:27 - Atualizado às 14:32

O Vaticano aprovou novas diretrizes dos bispos italianos que autorizam a admissão de homens gays nos seminários, desde que eles mantenham o compromisso de não fazer sexo. As orientações marcam uma mudança significativa na abordagem da Igreja Católica em relação à formação de futuros padres.

Foto: Reprodução/X

Vaticano

Embora a Igreja já não proibisse explicitamente a entrada de homens gays no sacerdócio, instruções anteriores, como a de 2016, desencorajavam a admissão de candidatos com “tendências homossexuais profundamente arraigadas”.

As novas diretrizes, publicadas no site da Conferência dos Bispos Italianos na última quinta-feira (9), afirmam que a orientação sexual dos candidatos a padres deve ser considerada como parte da personalidade do candidato, mas não como o único critério de discernimento.

“Ao referir-se às tendências homossexuais no processo de formação, também é oportuno não reduzir o discernimento apenas a este aspecto, mas compreender o seu significado dentro de todo o quadro da personalidade do jovem”, dizem as orientações.

O documento, aprovado pelos bispos italianos em novembro de 2024, recebeu uma validação oficial do gabinete do clero do Vaticano. As diretrizes terão validade por um período experimental de três anos, durante o qual serão analisados os impactos da nova abordagem.

Postura do Papa Francisco

Desde o início de seu pontificado, em 2013, o Papa Francisco tem adotado uma postura mais acolhedora em relação à comunidade LGBTQ, permitindo, em casos específicos, que padres abençoem casais do mesmo sexo. No entanto, ainda assim a admissão de homens gays no sacerdócio permanece um tema controverso dentro da Igreja.

O papa aprovou a instrução do Vaticano de 2016, que foi uma atualização de um documento do Papa Bento XVI, emitido em 2005, sobre o tema. Em declarações anteriores, o papa destacou a necessidade de avaliações criteriosas dos candidatos e enfatizou que padres que não conseguem viver em celibato devem abandonar o sacerdócio.

Fonte: Portal AZ