Grammy 2025 celebra diversidade e reforça inclusão na indústria musical
Premiação destaca conquistas de artistas negros, mulheres e LGBTQIAPN+
O Grammy 2025, realizado no último domingo (2), foi marcado por uma celebração enfática da diversidade, equidade e inclusão (DEI), mesmo em um momento em que esses valores enfrentam resistência em diversos setores nos Estados Unidos.

A premiação reconheceu os feitos de artistas negros, mulheres e da comunidade LGBTQIAPN+, reafirmando a importância da representatividade na indústria musical. Com apresentações vibrantes e discursos poderosos, o evento não apenas destacou o talento dos vencedores, mas também reforçou a necessidade de continuar promovendo a inclusão em um cenário que historicamente enfrentou críticas por sua falta de diversidade.
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Um dos momentos mais marcantes da noite foi a vitória da rapper Doechii, que se tornou apenas a terceira mulher negra a ganhar o prêmio de Melhor Álbum de Rap, por seu trabalho em "Alligator Bites Never Heal". Em um discurso emocionado, Doechii falou diretamente às mulheres negras que a assistiam:
“Sei que há uma garota negra lá fora — tantas mulheres negras — que estão me assistindo agora. E quero dizer a você que você pode conseguir”, disse Doechii. “Tudo é possível. Não permita que ninguém projete estereótipos em você dizendo que você não pode estar aqui”.
Outra vitória notável foi a de Alicia Keys, que recebeu o Prêmio Dr. Dre de Impacto Global. Durante seu discurso, Keys enalteceu a força das mulheres e a importância da diversidade:
“Isso é para todas as mulheres que conhecem a magia que trazem para a sala”, disse Keys. “Este não é o momento de silenciar a diversidade de vozes. Vimos neste palco pessoas talentosas e trabalhadoras de diferentes origens com diferentes pontos de vista e isso muda o jogo. DEI não é uma ameaça, é um presente”.
No campo das novas vozes, a cantora queer Chappell Roan foi premiada como Melhor Artista Revelação. Ela usou seu discurso para chamar a atenção para as dificuldades enfrentadas por músicos em início de carreira e exigiu mudanças na indústria:
“Disse a mim mesma que se algum dia ganhasse um Grammy e pudesse ficar aqui na frente das pessoas mais poderosas da música, exigiria que as gravadoras e a indústria que lucram milhões de dólares com os artistas oferecessem um salário digno e assistência médica, especialmente para artistas em desenvolvimento”
O rapper Kendrick Lamar, um nome consolidado no gênero, foi outro grande vencedor da noite, levando cinco prêmios, incluindo Gravação do Ano e Canção do Ano com seu hit "Not Like Us". A conquista reafirma a evolução do respeito ao hip-hop dentro da premiação, um gênero que só começou a ser reconhecido pelo Grammy em 1989. A performance de Lamar, combinada com a resposta calorosa do público, mostrou como o rap se tornou uma força cultural essencial e um dos pilares da música contemporânea.
Outro momento emocionante da noite foi a homenagem ao lendário produtor Quincy Jones, que reuniu artistas de diferentes origens para criar o clássico "We Are the World". Durante o tributo, Stevie Wonder destacou a importância de preservar a união e a celebração da diversidade.
Nos últimos anos, a Academia da Gravação, organizadora do Grammy, tem sido alvo de críticas por sua falta de representatividade. No entanto, as vitórias e discursos da edição de 2025 refletem esforços claros da instituição para evoluir e abraçar a diversidade de vozes e talentos da indústria musical.
A celebração de artistas negros, mulheres e LGBTQIAPN+ no Grammy 2025 vai na contramão de ataques à inclusão e reafirma que a diversidade é essencial para a música e para a cultura global*. A premiação, que já foi vista como conservadora, agora se posiciona como um palco de resistência e celebração das diferenças que tornam a música universal.
Fonte: CNN Brasil