Daniel Alves tem passaportes devolvidos pela justiça e pode voltar ao Brasil

Uma semana após ter sua condenação anulada, o ex-jogador Daniel Alves recuperou nesta sexta-feira (4) seus passaportes brasileiro e espanhol e agora está autorizado a deixar o território espanhol. A devolução foi feita durante uma audiência em um tribunal de Barcelona, conforme informou a imprensa local.

Foto: Reprodução/Globo / Contigo

Daniel Alves foi absolvido de condenação por estupro na Espanha

Alves, que tem dupla nacionalidade, teve os documentos retidos desde janeiro de 2023, quando foi preso preventivamente sob a acusação de ter estuprado uma jovem espanhola em uma boate na capital catalã. No entanto, na última sexta-feira (28), o Tribunal Superior de Justiça da Catalunha anulou por unanimidade a sentença de 4 anos e 6 meses de prisão, alegando falta de provas suficientes para sustentar a condenação.

• Participe do nosso grupo de WhatsApp
• Participe do nosso grupo de Telegram
• Confira os jogos e classificação dos principais campeonatos

Fim do processo e liberdade plena

Com a decisão, o ex-jogador deixa de ter qualquer vínculo com a Justiça espanhola. Ele já estava em liberdade provisória desde março de 2024, após pagar uma fiança de 1 milhão de euros, mas ainda aguardava o julgamento de recursos apresentados tanto por sua defesa quanto pelo Ministério Público, que chegou a pedir aumento da pena para nove anos. A acusação particular, representando a vítima, havia solicitado 12 anos de prisão. Ambos os pedidos foram negados.

Agora, com a sentença anulada e os recursos rejeitados, Daniel Alves está livre e sem restrições judiciais, podendo inclusive sair do país. Até o momento, nem ele nem sua equipe jurídica informaram se ele pretende retornar ao Brasil. O ex-jogador vive atualmente em Barcelona, onde mantém residência ao lado da esposa, a modelo espanhola Joana Sanz.

Motivos para anulação da condenação

Na sentença que absolveu o ex-jogador, os juízes apontaram falhas e lacunas no julgamento de primeira instância, como a ausência de verificação de evidências técnicas — entre elas imagens de câmeras internas da boate, impressões digitais e material genético. O tribunal destacou que a condenação foi baseada quase exclusivamente no depoimento da vítima, considerado insuficiente para sustentar uma condenação penal conforme os padrões da União Europeia sobre presunção de inocência.

Os magistrados frisaram que, embora não descartem completamente o relato da jovem, entenderam que não houve comprovação objetiva do crime alegado. Em contraste, o ex-jogador apresentou versões contraditórias ao longo do processo, inicialmente negando conhecer a vítima, até reconhecer que houve relação sexual com consentimento, o que acabou sendo a versão mantida por sua defesa.

Reação das partes

A defesa de Daniel Alves comemorou a decisão. Em entrevista à rádio espanhola RAC1, a advogada do ex-jogador declarou: “Estamos muito felizes. A Justiça foi feita e mostrou que Alves é inocente.”

Já os advogados da vítima anunciaram que irão recorrer da anulação da condenação, mantendo o posicionamento de que houve estupro dentro de um banheiro na área VIP da discoteca, em 30 de dezembro de 2022. Exames de corpo de delito detectaram sêmen na vítima e funcionários da boate relataram que a jovem saiu do local chorando e visivelmente abalada.

Fonte: Com informações do G1 nacional