Onda Nova, futebol LGBTQIAPN+, estreia nos cinemas com amor, humor e provocação
Filme restaurado de 1983 traz a história do Gayvotas Futebol Clube em cores vibrantes
A película nacional Onda Nova, que foi censurada durante a ditadura em 1983, retorna aos cinemas com uma nova vida e uma mensagem potente de amor e liberdade. Com uma narrativa que mistura humor peculiar e uma estética vibrante, o longa é um marco no cinema LGBTQIA+, retratando a atuação do time de futebol feminino Gayvotas Futebol Clube.

O filme, dirigido por José Antônio Garcia e Ícaro Martins, foi exibido na Mostra de São Paulo e, apesar das críticas ao seu amadorismo, captura a essência de uma época por meio de sua provocação e descompromisso. Estrelado por atrizes como Carla Camurati e Vera Zimmermann, Onda Nova conta com participações especiais de figuras como Caetano Veloso, Regina Casé, e a dupla musical Tânia Alves e Cida Moreira.
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O filme é notável por sua metalinguagem, com referências a autores como Clarice Lispector e Walter Hugo Khouri, que influenciaram os diretores. Essa ousadia se reflete nas cenas que exploram o cotidiano dos personagens, incluindo momentos de intimidade e a exploração de temas controversos, como o consumo de drogas.
Ao longo da trama, o filme apresenta um universo colorido que capta a essência da cena new wave da época, repleta de referências visuais e sonoras que dialogam com o público contemporâneo. Cenas de chuveiros e desajeitadas corridas de táxi são intercaladas com diálogos que desafiam normas sociais, proporcionando um espaço para a expressão da diversidade e do amor livre.
O trabalho dos diretores, conhecido por suas obras como Minha vida em suas mãos e O corpo, é revitalizado com esta nova edição, que promete cativar tanto o público antigo quanto o novo. A estreia de Onda Nova nos cinemas representa não apenas uma oportunidade de revisitar um clássico do cinema nacional, mas também uma celebração da cultura LGBTQIA+ e da luta por direitos e visibilidade.
Com seu retorno restaurado, o filme não apenas entretém, mas também serve como um importante registro histórico e cultural, lembrando a todos que a arte e a liberdade de expressão são fundamentais, independentemente das barreiras impostas por qualquer regime.
Fonte: Correio Braziliense