Papa Leão XIV sofre primeiras críticas por suposta omissão em casos de abuso

Organizações de vítimas e ativistas LGBTQIA+ questionam histórico do pontífice em relação a denúncias de abusos e posicionamentos sobre uniões homoafetivas

Por Redação do Portal AZ,

Recém-eleito, o Papa Leão XIV começa a enfrentar as primeiras críticas públicas desde que assumiu o pontificado. As manifestações partem de organizações ligadas à defesa de vítimas de abuso sexual na Igreja Católica e de ativistas LGBTQIA+, que trouxeram à tona episódios de sua atuação anterior como bispo e comentários feitos há mais de uma década.

Duas ONGs, a Snap (Rede de Sobreviventes de Abuso Sexual por Sacerdotes) e a Bishop Accountability, apontam possíveis omissões de Robert Francis Prevost — nome de batismo do papa — enquanto esteve à frente da diocese de Chiclayo, no Peru. Segundo as entidades, denúncias contra o padre Eleuterio Vásquez González não teriam recebido a devida atenção da diocese, o que foi relatado por vítimas em uma carta de 20 páginas enviada ao secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin.

Foto: Getty ImagesPapa Leão XIV acena para multidão após conclave
Recém eleito, Papa Leão XIV lida com acusações sobre sua postura enquanto foi bispo e por falas proferidas a mais de 10 anos.

A diocese nega as acusações e afirma que Prevost afastou o padre após a denúncia, além de ter encaminhado o caso ao Dicastério para a Doutrina da Fé. A Bishop Accountability, no entanto, critica a gestão do então bispo também durante seu período como prefeito do Dicastério para os Bispos, dizendo que ele teria mantido processos em sigilo e não responsabilizado líderes da Igreja acusados de acobertamento.

Outro episódio citado pela organização envolve o caso de um sacerdote acusado de pedofilia, que teria sido autorizado por Prevost, em 2000, a residir próximo a uma escola em Chicago, quando atuava nos Estados Unidos.

Apesar das críticas, o jornalista peruano Pedro Salinas, que denunciou abusos na congregação Sodalício de Vida Cristã, defende o pontífice. Segundo ele, as acusações são infundadas e vêm de setores ultraconservadores da Igreja que estariam descontentes com a postura firme de Prevost diante de escândalos. "Ele foi um dos poucos bispos que nos apoiou no Peru", disse Salinas à imprensa local.

Além das alegações sobre omissão, falas antigas do agora Papa Leão XIV também voltaram ao debate público. Em 2012, Prevost criticou o que chamou de “estilo de vida homossexual”, o que gerou reações de grupos LGBTQIA+. As declarações foram resgatadas após sua eleição, como sinal de possíveis resistências internas a avanços na pauta da inclusão dentro da Igreja.

Fonte: Com informações do Correio Braziliense

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