Cineasta Marianna Brennand vence prêmio em Veneza com filme sobre o Pará
O filme “Manas” retrata violência doméstica e destaca novas vozes do cinema nacional
A cineasta Marianna Brennand Fortes, filha do ex-senador Heráclito Fortes, conquistou o GDA Director’s Award — principal prêmio da mostra paralela Giornate degli Autori, no Festival de Veneza — com seu primeiro longa de ficção, “Manas”. A obra é fruto de uma década de imersão em comunidades ribeirinhas do Pará e marca a transição da diretora do documentário para a ficção.

Natural de Brasília, Marianna desenvolveu sua formação cinematográfica com forte influência da vivência política familiar e do engajamento social. “Manas” acompanha a trajetória de Marcielle, uma adolescente de 13 anos interpretada por Jamilli Correa, que enfrenta a violência doméstica e encontra amparo na união com as irmãs. O roteiro surgiu de extensas pesquisas sobre abuso infantil e violência nas margens da Amazônia, temas pouco retratados no cinema de ficção brasileiro.
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A vitória no festival italiano trouxe um prêmio de € 20 mil, dividido entre a diretora e a distribuidora, com o objetivo de incentivar a circulação internacional do filme. A coprodução reúne parcerias entre Inquietude, Globo Filmes, Canal Brasil e empresas portuguesas, sendo considerada uma produção independente de destaque.
Em entrevista, Marianna ressaltou o valor simbólico da conquista:
“É um prêmio que recebo em nome do nosso cinema brasileiro, representando nossa força, nossa verdade, nossa ousadia e coragem em resistir, assim como nossa protagonista resiste e reage bravamente.”
O GDA Director’s Award é voltado a cineastas emergentes com obras autorais e inovadoras. Além do reconhecimento artístico, o prêmio facilita o acesso a redes de exibição como o Europa Cinemas e atrai o interesse de distribuidoras internacionais. A vitória também reforça a presença do Brasil nos principais festivais europeus, valorizando narrativas que fogem do eixo Rio-São Paulo.
Com “Manas”, Marianna Brennand Fortes amplia o alcance do cinema autoral brasileiro, dá visibilidade a histórias periféricas e demonstra o potencial de novas estéticas e vozes vindas da Amazônia Legal.
Fonte: Portal AZ