Tarifa binômia: entenda como funciona e se vale a pena para sua empresa

Para entender melhor, é necessário conhecer cada uma das partes que compõem essa tarifa

Por Redação do Portal AZ,

Em um momento em que as empresas estão cada vez mais atentas aos seus custos operacionais, a busca por soluções inteligentes para reduzir despesas sem comprometer a eficiência virou prioridade. 

Foto: FreepikEnergia
Energia

E quando o assunto é consumo de energia elétrica, pensar estrategicamente pode fazer toda a diferença. Nesse contexto, algumas modalidades de tarifação têm chamado a atenção de gestores e profissionais responsáveis por otimizar os recursos da empresa. Uma delas é a tarifa binômia, que propõe uma forma mais detalhada e técnica de cobrança pela energia utilizada.

Ao entender melhor como essa estrutura funciona, é possível perceber que ela pode ser bastante vantajosa para determinados perfis de consumo. Mas será que esse é o caso do seu negócio? Como essa modalidade de tarifa se aplica na prática? E, mais importante: ela pode gerar economia real para a sua empresa? Continue lendo!

O que é a tarifa binômia?

A tarifa binômia é uma forma de tarifação da energia elétrica que separa a cobrança em dois componentes principais: o uso da potência contratada (ou demanda) e o consumo efetivo de energia (medido em kWh). Diferente do modelo tradicional, no qual a cobrança se dá unicamente com base na energia consumida, esse sistema considera também a capacidade que a empresa exige da rede elétrica, independentemente do quanto consome.

Essa divisão é especialmente relevante em ambientes empresariais e industriais, nos quais os equipamentos muitas vezes requerem picos de energia intensos, mesmo que o consumo médio não seja tão elevado.

Entendendo os dois componentes da tarifa binômia

Para entender melhor, é necessário conhecer cada uma das partes que compõem essa tarifa:

Demanda contratada

A demanda refere-se à potência elétrica que a empresa solicita da rede em um determinado intervalo de tempo. Mesmo que esse nível de energia não seja utilizado constantemente, ele precisa estar disponível. É como uma reserva de capacidade que garante que os equipamentos possam operar sem risco de sobrecarga no fornecimento.

Essa potência é medida em quilowatts (kW) e deve ser contratada junto à distribuidora. A cobrança acontece mensalmente, mesmo que a empresa consuma menos energia do que o valor contratado.

Consumo de energia

O segundo componente da tarifa binômia é o consumo real de energia elétrica ao longo do mês. Ele é medido em quilowatt-hora (kWh), exatamente como ocorre nas tarifas convencionais.

Ou seja, a empresa paga tanto pela estrutura que precisa para operar quanto pela energia efetivamente utilizada.

Para quem a tarifa binômia é indicada?

Empresas conectadas em média ou alta tensão, como indústrias, hospitais, grandes varejistas e centros logísticos, já operam sob o regime de tarifa binômia. Essa estrutura tarifária, que separa o custo da demanda contratada do consumo efetivo, é parte integrante da realidade de quem precisa de potência elétrica elevada para manter suas operações.

Compreender essa tarifação vai além do cumprimento das regras vigentes, é também um fator decisivo para otimizar custos e preparar o terreno para uma transição bem sucedida ao mercado livre de energia.

Por que compreender a tarifa binômia é fundamental?

A tarifa binômia permite que o valor pago na conta de energia reflita dois aspectos distintos: a estrutura necessária para garantir a potência contratada e o uso efetivo da energia. Esse modelo traz mais visibilidade ao consumo, possibilitando tomadas de decisão mais assertivas.

Entre os principais benefícios, destacam-se:

Gestão mais eficiente de custos: ao separar demanda e consumo, é possível identificar desperdícios, prever picos e ajustar contratos.

Planejamento operacional facilitado: dados mais precisos viabilizam mudanças de processos, manutenção preventiva e reorganização de turnos.

Abertura para novos modelos de contratação: quem compreende e gerencia bem a tarifa binômia está mais preparado para adotar estratégias avançadas de fornecimento, como o mercado livre de energia.

A relação entre tarifa binômia e o mercado livre de energia

A jornada rumo ao mercado livre de energia exige que a empresa tenha domínio sobre seu perfil energético. Isso inclui saber dimensionar corretamente a demanda contratada, acompanhar de perto o consumo real e ter previsibilidade nos gastos.

Ao migrar para o mercado livre, a compra da energia passa a ser feita diretamente de comercializadoras, com contratos flexíveis, preços potencialmente mais vantajosos e liberdade para negociar prazos, volumes e condições. Ainda assim, a infraestrutura de distribuição continua sendo fornecida pela concessionária local, o que mantém a importância da gestão da demanda contratada, base da tarifa binômia.

Nesse contexto, empresas que já dominam esse modelo tarifário têm um diferencial competitivo. Elas estão mais preparadas para fazer projeções, evitar penalidades e buscar economia de forma segura.

Como aplicar a tarifa binômia de forma estratégica?

Para obter os melhores resultados com a tarifa binômia, e para se posicionar com solidez no mercado livre, é essencial adotar práticas de gestão energética eficientes, como:

Auditorias energéticas periódicas: ajudam a revisar a demanda contratada e evitar tanto desperdício quanto multas por ultrapassagens.

Automação de processos industriais: garante maior controle sobre o uso de equipamentos e permite operar dentro dos limites contratados.

Ajuste de horários de operação: adaptar turnos e ciclos produtivos pode reduzir picos de demanda e trazer economia real.

Uso de softwares de monitoramento: ferramentas de gestão em tempo real permitem reagir rapidamente a desvios no padrão de consumo.

Adotar a tarifa binômia com inteligência é mais do que seguir uma obrigação regulatória. Trata-se de uma decisão estratégica que contribui para a sustentabilidade financeira do negócio, viabiliza novas possibilidades de contratação e coloca a empresa no caminho da modernização energética.

A transição para o mercado livre de energia, por exemplo, torna-se muito mais segura e vantajosa quando há pleno domínio do consumo e da demanda. Com isso, a empresa passa a operar com maior autonomia e previsibilidade, elementos fundamentais para sua competitividade a longo prazo.

Contar com o suporte de especialistas nesse processo, como as equipes técnicas da EDP, permite identificar oportunidades, dimensionar corretamente os contratos e tomar decisões alinhadas às reais necessidades do negócio. Seja para reduzir custos, modernizar a operação ou se preparar para o mercado livre, entender e aplicar corretamente a tarifa binômia é um passo indispensável.

Fonte: Ascom

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