Diddy admite abuso, mas especialistas questionam sua condenação

Julgamento por tráfico sexual e extorsão avança; defesa pode não chamar Diddy para depor

Por Dominic Ferreira,

O rapper Sean "Diddy" Combs está enfrentando um julgamento federal em Nova York, onde é acusado de tráfego sexual e extorsão. O caso, que já se arrasta por várias semanas, pode estar chegando ao fim, mas especialistas jurídicos questionam se as admissões de Diddy e os depoimentos de testemunhas-chave serão suficientes para garantir sua condenação.

Foto: Getty ImagesSean Diddy pode ser condenado a prisão perpétua
Sean Diddy pode ser condenado a prisão perpétua.

Diddy, de 55 anos, é acusado de ter utilizado seu poder como magnata da música para facilitar o tráfico sexual de mulheres e encobrir seus crimes. Embora tenha admitido ter cometido violência doméstica, ele se declarou inocente das acusações da promotoria, que incluem elementos da Lei de Organizações Influenciadas e Corruptas por Extorsão (RICO), originalmente criada para combater chefes da máfia.

Os promotores convocaram mais de 30 testemunhas, incluindo a ex-namorada de Diddy, Cassandra Ventura, conhecida como Cassie, que relatou um relacionamento abusivo de 11 anos, mencionando coerção para participar de encontros sexuais e episódios de agressão. Seu depoimento foi considerado crucial para a acusação de tráfico sexual, que pode resultar em pena de prisão perpétua.

Além de Cassie, uma testemunha anônima chamada "Jane" também compartilhou experiências similares, reforçando o argumento da promotoria. No entanto, a mistura de mensagens carinhosas e alegações de coerção apresenta um desafio para a compreensão do júri, pois pode dificultar a avaliação da coerção.

A promotoria perdeu uma suposta terceira vítima que poderia ter fortalecido seu caso, o que pode prejudicar a credibilidade da acusação. Especialistas afirmam que múltiplos depoimentos geralmente aumentam a confiança do júri nas alegações, mas a falta de uma terceira testemunha pode criar dúvidas.

Além das acusações de tráfico sexual, Diddy também é acusado de extorsão, com os promotores argumentando que ele contava com funcionários leais para facilitar os abusos e encobrir suas ações. As evidências incluem depoimentos de colaboradores que relataram a organização de encontros sexuais e a utilização de drogas.

A defesa de Diddy enfrenta um dilema sobre a possibilidade de seu cliente depor. Embora a decisão de não convocar testemunhas tenha sido anunciada, especialistas acreditam que isso pode ser arriscado, dado que Diddy poderia ser confrontado com suas próprias declarações e vídeos que evidenciam sua conduta.

Os advogados de Diddy estão focando em contestar a acusação de uma conspiração maior, ao invés de desacreditar as testemunhas individuais, uma abordagem que pode ser mais eficaz diante das evidências apresentadas.

Fonte: Correio Braziliense

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