Brasil registrou um conflito por terras a cada 4 horas em 2022

Dos 47 assassinatos no campo registrados no Brasil no ano passado, 34 ocorreram na Amazônia Legal

Por Redação do Portal AZ,

Um Relatório anual sobre violência no campo, divulgado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) nesta segunda-feira (17), aponta que em 2022 foram registrados 2.018 casos de conflitos no campo no Brasil, envolvendo 909,4 mil pessoas e mais de 80,1 milhões de hectares de terras disputadas em todo o território nacional. Esse número corresponde à média de um conflito a cada quatro horas e representa um aumento de 10,39% em relação ao ano anterior, quando houve o registro de 1.828 ocorrências totais de conflitos rurais. 

Foto: PixabayDados da CPT apontam que Amazônia é principal foco de disputas
Dados da CPT apontam que Amazônia é principal foco de disputas

As ocorrências abrangem não só as disputas específicas pela terra, mas também a disputa por água, trabalhadores resgatados em condições análogas à escravidão, contaminação por agrotóxico, assassinatos, mortes e outros casos de violência.

Em relação a conflitos pela terra, foram registradas 1.572 ocorrências no país, o que representa um aumento de 16,70% em relação ao ano anterior. Ao todo, 181.304 famílias viveram diante da mira desse tipo de conflito no Brasil, um aumento de 4,61% em relação ao ano anterior. Esses casos são relacionados a violências contra a ocupação e a posse, contra as pessoas e às ações coletivas de ocupação de terras e acampamentos.

A Amazônia é uma das regiões mais atingidas pelos conflitos. Das unidades da federação com índices mais elevados de conflitos por terra, quatro integram a Amazônia Legal. A região concentrou, em 2022, um total de 1.107 conflitos no campo, o que representa mais da metade de todos os conflitos ocorridos no país (54,86%), aponta o relatório.

Dos 47 assassinatos no campo registrados no Brasil no ano passado, 34 ocorreram na Amazônia Legal, o que representa 72,35% de todos os assassinatos no país. A região é descrita no relatório como "palco de exploração e devastação, criando um verdadeiro campo minado, no qual foram atingidas 121.341 famílias de povos originários e comunidades camponesas em 2022".

O relatório da CPT indica que, ao longo de 2022, foram notificados 207 casos de trabalho análogo à escravidão no meio rural, com 2.615 pessoas envolvidas nas denúncias e 2.218 resgatadas, o maior número dos últimos dez anos. Em comparação ao ano anterior, o aumento foi de 22,53%.

Fonte: Agência Brasil

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