Direitos Humanos pede ação do governador contra grileiros no litoral

Até a polícia do Estado, segundo Cecé, estaria a serviço dos invasores

Por Redação do Portal AZ,

De Brasília, onde se encontra já há alguns dias, a Coordenadora de Organização e Projetos do Movimento Nacional de Direitos Humanos - MNDH-PI, Maria da Conceição da Silva Araújo (Cecé), encaminhou carta ao governador Rafael Fonteles denunciando as atrocidades que grileiros estariam praticando contra moradores de terras no litoral do Piauí. 

Foto: Montagem Portal AZCecé escreveu carta para o governador, mas ainda não se sabe se ele a leu
Cecé escreveu carta para o governador, mas ainda não se sabe se ele a leu

Segundo as denúncias, agricultores de Barra Grande estão sofrendo ameaças de um grupo de empresários conhecidos de todos por nomes Fábio Jupi, Romero, Adeil conhecido como Pica-Pau, Edmar, Edgar, Rogério, Nailton e outro.

A carta é longa, onde Cecé descreve situações de confrontos e de vulnerabilidades em vários segmentos sociais, mas ela mira objetivamente no que estaria ocorrendo no litoral: 

“Nesse momento na cidade de Luiz Correia, as grilagens de terras da UNIÃO, terras do ESTADO, fazem destruição do Mangue, tratamentos cruéis dispensados aos pescadores e marisqueiros, agressões praticadas pela polícia do Estado do Piauí, que acompanha o Senhor Luiz Neto, genro do Mão Santa e esposo da Delegada Cassandra e também acompanha o Senhor Fabio Jupi, na tarefa de tomar/invadir as terras onde ficam as imunidades pesqueiras, agricultoras, estão a pleno Vapor. A polícia além de servir de jagunço para os invasores, ainda agride as pessoas e COSPE NA CARA dos trabalhadores.”

Ela chama a atenção para receber visita de Rafael ao litoral, para a construção de um posto pesqueiro sem fazer qualquer citação ao pescador artesanal, que vem sendo perseguido pelos grileiros: 
“ Senhor Governador, me chamou atenção o fato do Senhor chegar a Luiz Correia, anunciar um porto pesqueiro industrial, não se referir aos pescadores artesanais, nada oferecer a eles em matéria de incentivo. Um povo que desde 2017, enfrenta litígios e sofrem agressões de grileiros e depois que o Senhor saiu de Luiz Correia, um dia depois o Senhor Fábio Jupi, entrou com máquinas pesadas destruindo as cercas dos agricultores de Nova Barra Grande, e cercando as terras que são, parte da União e parte do Governo do Piauí.”

Segue a representante dos Direitos Humanos:

“Esse Senhor está cometendo violência contra os trabalhadores que só contam com os braços, a fé em Deus e a confiança no Senhor, que como Governador fez o seguinte juramento: "Fazer cumprir as Constituições Federal e Estadual, observar as Leis, promover o bem estar geral do povo Piauíense, e sustentar a autonomia e a integridade do Estado".

Não se sabe se o governador já recebeu a carta. 

Leia a carta na íntegra:

Ao Excelentíssimo Senhor Rafael Tajra Fonteles Governador do Estado do Piauí.

ASSUNTO - INVASÃO DE TERRAS EM LUIS CORREIA-AGRESSÃO FISICA AOS MORADORES, CULMINANDO:

Com resultados catastróficos ao meio ambiente, destruição do mangue, forçando estado de calamidade aos pescadores, marisqueiros, agricultores, comunidades tradicionais e toda uma gama de transtornos irreparáveis à população e ao meio ambiente.

Senhor Governador, com a sua eleição e posse, instalou-se na mente do povo Piauíense uma grande esperança de que a vida combalida por 4 anos de um governo federal desastroso, uma pandemia sem precedentes, ganhasse ânimo novo, oxigênio novo, novas possibilidades de trabalho e que a paz e o sossego, encontrassem abrigo na vida do povo, ocupassem os espaços corrompidos e fragilizados pelas intempéries sociais instaladas no Estado.

No entanto, estou muitíssimo preocupada com a situação em que se encontram os trabalhadores rurais pobres, as comunidades tradicionais, os quilombolas, os indígenas, os pescadores artesanais, pessoas do campo cujas vidas rústicas e limitadas se restringem a plantar, colher e viverem com imensa simplicidade e dificuldades gigantescas. Nesse momento na cidade de Luiz Correia, as grilagens de terras da UNIÃO, terras do ESTADO, destruição do Mangue, tratamentos cruéis dispensados aos pescadores e marisqueiros, agressões praticadas pela polícia do Estado do Piauí, que acompanha o Senhor Luiz Neto, genro do Mão Santa e esposo da Delegada Cassandra e também acompanha o Senhor Fabio Jupi, na tarefa de tomar/invadir as terras onde ficam as imunidades pesqueiras, agricultoras, estão a pleno Vapor. A polícia além de servir de jagunço para os invasores, ainda agride as pessoas e COSPE NA CARA dos trabalhadores.

Senhor Governador, me chamou atenção o fato do Senhor chegar a Luiz Correia, anunciar um porto pesqueiro industrial, não se referir aos pescadores artesanais, nada oferecer a eles em matéria de incentivo. Um povo que desde 2017, enfrenta litígios e sofrem agressões de grileiros e depois que o Senhor saiu de Luiz Correia, um dia depois o Senhor Fábio Jupi, entrou com máquinas pesadas destruindo as cercas dos agricultores de Nova Barra Grande, e cercando as terras que são, parte da União e parte do Governo do Piauí.

Esse Senhor está cometendo violência contra os trabalhadores que só contam com os braços, a fé em Deus e a confiança no Senhor, que como Governador fez o seguinte juramento: "Fazer cumprir as Constituições Federal e Estadual, observar as Leis, promover o bem estar geral do povo Piauíense, e sustentar a autonomia e a integridade do Estado".

Com base nesse precedente prenhe de compromisso de constitucionalidade e cidadania, eu venho à sua presença REQUERER de Vossa Excelência, uma providência governamental urgentíssima, para fazer cessar as atrocidades que estão sendo cometidas nesse momento contra os trabalhadores de Luiz de Correia, restabelecendo o exercício do direito constitucional previsto nas Constituições Federal e Estadual, conforme o comprometimento de Vossa Excelência em 01 de janeiro de 2023, na sede da Assembleia Legislativa do Piauí, na ocasião da sua posse como Governador do Estado. As policias do Estado são subordinadas ao Senhor.

REQUEIRO, ainda, que caso a providência aqui requerida, não possa ser efetivada por algum motivo que eu desconheça, que me seja comunicado, a fim de que possa pedir socorro a outras instâncias nacionais.

Estou requerendo o JUSTO a quem pode conferir o JUSTO, a fim de harmonizar a vida, evitar acirramento do litígio, confronto e mortes. De já me subscrevo com respeito e consideração, aguardando suas providências.

Maria da Conceição da Silva Araújo (Cecé) Coordenadora de Organização e Projetos do Movimento Nacional de Direitos Humanos - MNDH-PI.

Fonte: Portal AZ

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