Debate sobre regulamentação das redes se intensifica após caso Jéssica Canedo
O humorista Whindersson Nunes também defendeu a criação de uma lei em homenagem à Jèssica
A regulamentação das redes sociais voltou a ser tema central no Brasil, ganhando força após a trágica morte de Jéssica Canedo, impulsionada por uma notícia falsa que foi disseminada por grandes páginas de fofoca na internet. Ministros e parlamentares governistas utilizam as redes sociais para defender o Projeto de Lei (PL) das Fake News, atualmente parado na Câmara, enfrentando resistência da oposição.

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, classificou a regulação das redes sociais como um "imperativo civilizatório", crucial para a "democracia e dignidade". O próprio ministro tornou-se alvo de ataques nas redes sociais depois de comentar o assunto, o que resultou em seu pedido ao Ministério Público para uma investigação.
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O líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu, pressiona pelo avanço do projeto, enfatizando sua prioridade no início do ano parlamentar. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também destacou a necessidade de combater fake news e discursos de ódio, durante seu discurso de Natal.
Liberdade de expressão?
Opositores do projeto acusam o governo de explorar politicamente a tragédia da morte de Jéssica para reacender o debate sobre a regulação das plataformas digitais. O deputado Nikolas Ferreira criticou a postura dos parlamentares de esquerda, chamando-os de "canalhas".
De acordo com os parlamentares que discordam da proposta de Lei, a página Choquei, deve ser responsabilizada, no entanto, alegam que um conjunto de regulações às redes configura censura.
Além disso o lobby das big techs, incluindo X (antigo Twitter) e Facebook, também se opõe ao projeto, alegando cerceamento da liberdade de expressão.
Caso Jéssica Canedo:
Jéssica Canedo, 22 anos, tirou a própria vida após páginas de fofoca nas redes sociais divulgarem supostas conversas da jovem com o humorista Whindersson Nunes. O caso ganhou proporção quando um perfil no Instagram, com cerca de 30 milhões de seguidores, chamado Choquei compartilhou prints dessas mensagens sem verificar a veracidade da informação.
As conversas eram falsas. Antes de morrer, Jéssica publicou em sua conta que as mensagens eram mentirosas e que estava sofrendo ataques na internet. Ela pediu que os ataques parassem e mencionou estar passando por problemas sérios com os ataques. A mãe da jovem também apelou pelo fim das ofensas e o humorista Whindersson Nunes veio a público explicar que os prints não eram reais, mesmo assim, a divulgação e ataques à jovem continuaram.
A Polícia Civil de Minas Gerais instaurou um inquérito para investigar as causas da morte. O humorista Whindersson Nunes lamentou o ocorrido, solidarizou-se com a família e comprometeu-se a apoiar a criaçào da Lei Jéssica Almeida para garantir um ambiente virtual mais seguro.
Fonte: Com informações do Correio Braziliense