Ronnie Lessa delata Domingos Brazão como mandante do assassinato de Marielle

A defesa de Brazão afirmou não ter conhecimento do teor da delação de Lessa à Polícia Federal

Por Carlos Sousa,

O mistério em torno do assassinato de Marielle Franco ganhou novos contornos com a delação de Ronnie Lessa, o ex-PM acusado de ser executor do crime, que apontou Domingos Brazão como um dos mandantes. A informação, exclusiva e confirmada pelo Intercept Brasil, revela uma reviravolta no caso que chocou o Brasil e repercutiu internacionalmente.

Foto: Reprodução/InternetDomingos Brazão suposto mandante do assassinato da vereadoraDomingos Brazão suposto mandante do assassinato da vereadora

Preso desde março de 2019, Lessa firmou um acordo de delação com a Polícia Federal, aguardando homologação pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) devido ao foro privilegiado de Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro.

Domingos Brazão, até então afastado do caso, foi apontado como possível mandante em 2019, acusado formalmente pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de obstruir as investigações. Seu histórico político e conflitos com Marcelo Freixo, ex-deputado estadual pelo Psol e atual presidente da Embratur, são citados como possíveis motivações.

A ministra Laurita Vaz, do STJ, em maio de 2020, considerou a possibilidade de Brazão agir por vingança devido à intervenção de Freixo em seu afastamento do Tribunal de Contas do Estado. Informações de inteligência sugeriram que Marielle poderia estar envolvida nesse movimento contrário ao MDB.

O Ministério Público reexaminou documentos sobre milícias em Rio das Pedras, suspeitas de conexão com a família Brazão e o Escritório do Crime, conforme revelado pelo Intercept Brasil. O clã Brazão, influente na política do Rio, é composto por Domingos, Manoel Inácio Brazão (Pedro Brazão) e Chiquinho, este último colega de Marielle na época do assassinato.

A defesa de Domingos Brazão não tinha conhecimento da delação de Lessa, e o advogado Márcio Palma afirmou que todas as informações que possuem sobre o caso são provenientes da imprensa, visto que o acesso aos autos foi negado. Em entrevistas anteriores, Brazão sempre negou envolvimento no crime.

O acordo de delação aguarda a homologação do STJ para ter validade legal.

Fonte: Com informações do Intercept Brasil

Comente

Pequisar