Ronnie Lessa delata Domingos Brazão como mandante do assassinato de Marielle
A defesa de Brazão afirmou não ter conhecimento do teor da delação de Lessa à Polícia Federal
O mistério em torno do assassinato de Marielle Franco ganhou novos contornos com a delação de Ronnie Lessa, o ex-PM acusado de ser executor do crime, que apontou Domingos Brazão como um dos mandantes. A informação, exclusiva e confirmada pelo Intercept Brasil, revela uma reviravolta no caso que chocou o Brasil e repercutiu internacionalmente.

Preso desde março de 2019, Lessa firmou um acordo de delação com a Polícia Federal, aguardando homologação pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) devido ao foro privilegiado de Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro.
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Domingos Brazão, até então afastado do caso, foi apontado como possível mandante em 2019, acusado formalmente pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de obstruir as investigações. Seu histórico político e conflitos com Marcelo Freixo, ex-deputado estadual pelo Psol e atual presidente da Embratur, são citados como possíveis motivações.
A ministra Laurita Vaz, do STJ, em maio de 2020, considerou a possibilidade de Brazão agir por vingança devido à intervenção de Freixo em seu afastamento do Tribunal de Contas do Estado. Informações de inteligência sugeriram que Marielle poderia estar envolvida nesse movimento contrário ao MDB.
O Ministério Público reexaminou documentos sobre milícias em Rio das Pedras, suspeitas de conexão com a família Brazão e o Escritório do Crime, conforme revelado pelo Intercept Brasil. O clã Brazão, influente na política do Rio, é composto por Domingos, Manoel Inácio Brazão (Pedro Brazão) e Chiquinho, este último colega de Marielle na época do assassinato.
A defesa de Domingos Brazão não tinha conhecimento da delação de Lessa, e o advogado Márcio Palma afirmou que todas as informações que possuem sobre o caso são provenientes da imprensa, visto que o acesso aos autos foi negado. Em entrevistas anteriores, Brazão sempre negou envolvimento no crime.
O acordo de delação aguarda a homologação do STJ para ter validade legal.
Fonte: Com informações do Intercept Brasil