Primeira imagem de Iemanjá negra será inaugurada no Piauí neste domingo (14)

O monumento anterior representava uma figura branca, refletindo um contexto histórico que agora está sendo revisitado e reconstruído

Por Dominic Ferreira,

O Piauí testemunhará um marco na sua história cultural e religiosa com a inauguração do primeiro monumento representando Iemanjá na cor negra, neste domingo (14). A estátua, que será instalada na Avenida Marechal Castelo Branco, em Teresina, é fruto de um esforço conjunto para celebrar a diversidade e a ancestralidade das religiões de matriz africana.

Foto: Reprodução/Francisco LealIemanjá negra

A solenidade de inauguração contará com uma programação especial, iniciando com a concentração no local do monumento. Às 16h, está prevista a cerimônia do padê de Exú, seguida, às 16h30, pelo momento de consagração à imagem com oferendas e rituais. O evento, apoiado pela Secretaria de Cultura do Piauí, incluirá uma grande gira e momentos de passe e bênçãos com a presença do terecô do Maranhão.

Foto: Reprodução/Francisco LealIemanjá negra

A iniciativa para a criação da imagem de Iemanjá negra surgiu a partir das reivindicações do Movimento dos Povos de Matriz Africanas. O monumento anterior, inspirado em Nossa Senhora dos Navegantes, representava uma figura branca, refletindo um contexto histórico que agora está sendo revisitado e reconstruído.

 Pai Rondinele de Oxum, importante liderança religiosa, explicou que a representação anterior refletia a influência de diversos contextos religiosos, mas agora, respeitando a ancestralidade africana, a figura de Iemanjá será representada como uma mulher negra.

"Na nossa fé, não temos a imagem em si. Cultuamos a natureza, a pedra, o mar, a criação, por isso a simbologia da cor está ligada aos elementos. O azul do mar, a prata da prata, o branco do sal. É divino, não é branco nem preto. Só que pela lógica da ancestralidade, pela origem africana, o certo é representar Iemanjá como negra, como mulher preta", afirma.

O processo de criação da imagem envolveu dois meses de consultas e colaboração com pessoas de religiões afins, resultando na obra executada pelo artista Jean Pimentel, do Pólo Cerâmico de Teresina. O financiamento da peça foi realizado por um empresário local, demonstrando o apoio e o reconhecimento da importância cultural e religiosa do projeto.

Fonte: Governo do Piauí

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