Alexandre Nardoni é solto após 16 anos preso
O juiz responsável, José Loureiro Sobrinho, destacou o bom comportamento de Nardoni na prisão
Na tarde de ontem, segunda-feira (6), Alexandre Nardoni, detido desde 2008 pela morte de sua filha Isabella Nardoni, de cinco anos, foi libertado.
A Justiça, também atendeu ao pedido de sua defesa feito há um mês e concedeu a progressão para o regime aberto.
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A Secretaria da Administração Penitenciária informou em nota que a Penitenciária II de Tremembé, São Paulo, onde Nardoni estava detido, cumpriu o alvará de soltura expedido pelo Poder Judiciário, permitindo sua liberdade devido à progressão para o regime aberto.
O juiz responsável, José Loureiro Sobrinho, destacou o bom comportamento de Nardoni na prisão e a ausência de obstáculos legais à sua progressão, apesar da gravidade do crime como motivo para o acolhimento do pedido da defesa.
Em trecho da decisão, o juiz afirmou que:
"[...] o sentenciado mantém boa conduta carcerária, possui situação processual definida, cumpriu mais de 1/2 do total de sua reprimenda, encontra-se usufruindo das saídas temporárias, retornando normalmente ao presídio, teve o Relatório Conjunto e Avaliação com parecer favorável e não registra faltas disciplinares durante o cumprimento da reprimenda, preenchendo assim os requisitos objetivos e subjetivos exigidos pela lei para a obtenção do benefício".
O advogado de Alexandre Nardoni, Roberto Podval, defendeu a decisão como crucial para sua reabilitação na sociedade e afirmou em nota que "se não pensarmos na ideia de reabilitação, a pena terá um efeito perverso".
Nardoni, antes condenado a pena de 31 anos, agora poderá viver fora da prisão, sujeito a condições estabelecidas pela justiça, como se apresentar trimestralmente às autoridades, arrumar um emprego em 90 dias, ficar em casa das 20h às 6h, não se mudar sem permissão do juiz, informar mudanças de residência e evitar locais como bares ou casas de show.
Agora, ele irá residir na casa de seu pai, em São Paulo, junto com sua esposa, Anna Carolina Jatobá, cúmplice no crime e libertada em junho de 2023, e os dois filhos do casal.
O Ministério Público afirma que irá contestar a decisão judicial e recorrer da soltura.
Relembre o caso
Na noite do dia 28 de março de 2008, Isabella Nardoni, na época com cinco anos, foi arremessada da janela de um apartamento do 6º andar do edifício London, onde seu pai, Alexandre Nardoni, morava com Anna Carolina Jatobá, madrasta da menina, e seus dois filhos menores do casal de 8 meses e três anos de idade.
Inicialmente, o casal alegou que o crime foi cometido por assaltantes que invadiram o apartamento, porém, as investigações indicaram inconsistências na versão apresentada.
No dia 2 de abril de 2008, o departamento de homicídio da polícia civil de São Paulo pediu a prisão temporária do casal, após as evidências preliminares da perícia-técnica.
De acordo com os resultados da perícia científica, Isabella apresentava marcas no pescoço e contusões no pulmão, indicando sinais de agressão antes da queda. Conforme apontado pelo laudo do Instituto Médico-Legal, ela não sobreviria mesmo sem a queda do prédio, devido a uma asfixia mecânica e múltiplos traumas, resultantes de esganadura e espancamento.
A análise das marcas no pescoço sugeria que ela foi estrangulada por cerca de três minutos, levando-a a desmaiar devido à falta de oxigênio no cérebro.
Conforme apurado nas investigações, o homicídio ocorreu em um interim de de 20 minutos entre 23h30 e 23h50, sendo que as marcas no pescoço da vítima eram consistentes com o uso das mãos da madrasta.
Na sequência, com Isabella inconsciente, Alexandre teria lançado seu corpo através da tela de proteção do quarto dos outros dois filhos, que foi cortada com o auxílio de uma faca e de uma tesoura.
A condenação
Dois anos após o crime, em março de 2010, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá foram declarados culpados pelo homicídio triplamente qualificado e pela fraude processual relacionada ao assassinato de Isabella. Alexandre foi sentenciado a 31 anos e 10 dias de prisão, enquanto Anna Jatobá recebeu uma pena de 26 anos e 8 meses.
Fonte: Portal AZ