A milagrosa Setur, a Virgem Maria e a corda de caranguejo

Contratos da Secretária de Turismo são denunciados por supostas ilegalidades com instituição social

Por José Ribas Neto, 01/06/2024 12:32 - Atualizado às 13:32

O Piauí é um estado de idiossincrasias, uma população majoritariamente católica e o menor litoral do país. Há de se questionar o motivo da comparação, pois focinho de porco não é tomada, mas as vezes se olharmos bem podemos notar as sutis situações onde as coisas se encontram na mesma origem e raiz e o focinho do porco era tomada o tempo todo.

É o caso de um festival católico e de um festival do caranguejo, ambos assinados em contrato no mesmo dia e pela mesma secretária, onde o detentor é o mesmo Instituto.

No dia 24 de maio, o Instituto de Desenvolvimento Social Batgol, Idesba, assinou o contrato patrocínio prestado pelo Estado do Piauí, através da Secretária de Turismo do Estado do Piauí, o valor foi nada menos que R$ 250 mil, supostamente destinado para o evento católico ‘’MARIARTE 2024’’ – Cultura, Arte e Devoção. O evento no bairro Promorar estava marcado para dois dias adiante, 26 de maio, assinatura relâmpago e organização mais relâmpago ainda.

Foto: Reprodução/Diário Oficial

Extrato de contrato MARIARTE 2024

Mas no mesmo dia da assinatura do contrato para o evento católico, o mesmo Instituto e a mesma secretária assinaram contrato para um festival totalmente diferente, o Festival do Caranguejo, marcado para 27 de julho deste ano e um pouco mais modesto nas cifras, R$ 200 mil.

Foto: Reprodução/Diário Oficial

Extrato de contrato Festival do Caranguejo

O secretário de Turismo, José Antônio Monteiro Neto e o presidente do Instituto, João Victor Carvalho Cunha, parecem terem mais que as coincidências para explicar, pois no contrato para o evento católico, existem entre outras coisas uma divisão de valor tão exata que chega a causar espanto que não tenha nem mesmo um número fracionado ou centavos, os valores são redondos como um comum acordo de cavalheiros, cavalheiros do erário público.

Um dos exemplos é que foi orçado para execução do evento entre outras coisas, R$ 15 mil a criação visual do evento, R$ 48 mil somente o material gráfico e R$ 90mil para divulgação e transmissão e entre as empresas para este último serviço uma recentemente apontada pelo Ministério Público como responsável por espalhar Fake News contra um candidato detratado pelo grupo do governo.

Foto: Reprodução/IDESBA