Arquiteto mostra como centro de Teresina deve ser revitalizado
Ao invés de acusações contra o governo a parceria parceria seria salutar
Bem longe da polêmica criada em torno da revitalização do centro de Teresina, o arquiteto e urbanista Nilson Coelho escreve, da cidade de Floriano, com exclusividade para o Portal AZ, com sugestões sobre como proceder num caso como esse, da proposta de revitalização do centro da capital piauiense.
Embora residente na chamada “princesa do Sul”, Nilson Coelho está, como ele próprio diz, “sempre de olho em Teresina”.
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Recentemente ele comentou sobre o odor emanado do Rio Poti e o que poderia ser feito de concreto para sairmos do campo das “manifestações e indignações” para o enfrentamento tático.
Sobre o atual movimento denominado “SOS CENTRO”, Coelho disse: “acho que a sociedade tem o direito e deve se manifestar. As conquistas sociais dificilmente partem diretamente do Poder Público. Este precisa ser provocado.
O PROTAGONISMO SOCIAL é a base do urbanismo e da cidade contemporânea”.
Nilson Coelho elenca vários pontos do leque de sugestões para dar ao centro da cidade o retorno a suas atividades, e entende que a melhor parceria (e não acusações) tem que ser feita com o governo do Estado.
Leia seu texto:
“O esvaziamento dos centros das grandes cidades não é um problema só de Teresina. Ele é complexo com diversas causas, como:
- Crescimento urbano desordenado: As cidades se expandem rapidamente, sem planejamento adequado, levando à ocupação de áreas impróprias e à degradação dos centros históricos.
- Falta de segurança pública: A criminalidade e a violência afastam as pessoas dos centros das cidades, criando um clima de insegurança.
- Falta de infraestrutura: Os centros das cidades muitas vezes carecem de infraestrutura básica, como transporte público, saneamento básico e áreas verdes.
- Concentração de atividades em outras áreas: O desenvolvimento de novos polos comerciais e de serviços, como shoppings e parques empresariais, atrai pessoas para outras áreas da cidade, diminuindo a atratividade do centro.
Para resolver esse problema, é necessário implementar medidas abrangentes que ataquem as diversas causas do esvaziamento. Algumas soluções possíveis incluem:
- Planejamento urbano sustentável: Implementar políticas públicas que promovam o desenvolvimento urbano ordenado e sustentável, com foco na revitalização dos centros históricos e na criação de cidades mais compactas e habitáveis.
- Melhoria da segurança pública: Investir em ações de combate à criminalidade e à violência, como policiamento ostensivo e inteligência policial, para garantir a segurança da população no centro da cidade.
- Revitalização da infraestrutura: Investir na melhoria da infraestrutura básica do centro da cidade, como transporte público, saneamento básico, áreas verdes e calçadas.
- Promoção de atividades no centro: Incentivar a instalação de novos negócios, restaurantes, bares e espaços culturais no centro da cidade, para atrair pessoas e criar um ambiente mais dinâmico e vibrante.
- Valorização do patrimônio cultural: Preservar e valorizar o patrimônio cultural do centro da cidade, como monumentos históricos, museus e sítios arqueológicos, para fortalecer a identidade cultural da cidade e atrair turistas.
É importante ressaltar que não existe uma solução única para o problema do esvaziamento dos centros das grandes cidades. As medidas a serem implementadas devem ser específicas para cada caso, levando em consideração as características e os desafios de cada cidade.
O engajamento da comunidade também é fundamental para o sucesso das ações de revitalização dos centros das cidades. É importante que os moradores participem do processo de planejamento e decisão, para que suas necessidades e expectativas sejam consideradas.
E tudo isso começa pela “compreensão” técnico científico da realidade com a adoção da Transformação Digital, Inteligência Artificial e tecnologia GIS dê geoprocessamento para que a Prefeitura possa construir e mapear toda a cidade (e não somente o centro) e associar essas informações GIS a uma robusta base de dados que começa pelo IBGE e continua com o levantamento local desses dados com muito protagonismo social e o compartilhamento social dessas informações. A tecnologia GIS permite a reconstrução virtual do Centro em associação com sua base de dados. Feito isso, então todos os agentes sentariam à mesa e dar-se-ia início a ciclo de conversas construtivas. Acho (minha opinião pessoal de Arquiteto e Urbanista) que a melhor parceria (e não acusações) com o governo do Estado seria nessa adoção de tecnologias digitais, pois imagino que é um mundo muito próximo do governador Rafael Fonteles.
A cidade de Boston, em Massachusetts, nos Estados Unidos, foi quem primeiro utilizou o ArcGIS de diversas maneiras para enfrentar a decadência urbana e revitalizar suas áreas degradadas.
O ArcGIS foi fundamental para mapear e analisar dados sobre a cidade, como pobreza, crime, desocupação e condições de infraestrutura.
E com essas informações, as autoridades puderam identificar áreas prioritárias para intervenção e direcionar recursos de forma mais eficaz.
O ArcGIS auxiliou no planejamento de projetos de revitalização urbana, como a construção de novos parques, escolas e centros comunitários.
As ferramentas digitais de mapeamento e análise do ArcGIS permitiram que os planejadores visualizassem o impacto potencial dos projetos e tomassem decisões mais bem informadas.
O ArcGIS foi utilizado para gerenciar a infraestrutura da cidade, como ruas, calçadas e sistemas de esgoto.
E com isso as autoridades puderam monitorar o estado da infraestrutura e identificar áreas que precisavam de reparos ou atualização.
O software também foi utilizado para envolver a comunidade no processo de revitalização urbana. As autoridades criaram mapas interativos e ferramentas de visualização que permitiram que os residentes visualizassem os projetos e compartilhassem suas ideias.
O uso do ArcGIS contribuiu significativamente para o sucesso da revitalização urbana de Boston. A cidade se tornou um lugar mais vibrante e seguro para se viver, com menor índice de criminalidade e melhor qualidade de vida para seus residentes.
Essas ferramentas de geotecnologia podem ser utilizadas para enfrentar desafios urbanos complexos e promover o desenvolvimento sustentável das cidades, como é o caso de Teresina. Existem outros softwares. Estou me referindo ao ArcGIS porque conheço de perto e ele já é muito usado no Brasil.
É muito provável que faça um trabalho de Planejamento Urbano sustentável e com muito protagonismo social fazendo uso do ArcGIS e de aplicativos como o COLAB ou outros, que permitem a participação social. Sem participação social e tecnologia não será possível compreender, sem achismos, os problemas do Centro de Teresina. Estamos no século XXI, em plena revolução 4.0.
Fonte: Portal AZ