Ceará investiga morte fetal por suspeita de infecção por febre do oropouche

Óbito de feto em gestante de Baturité pode estar relacionado ao vírus; estado já registrou 122 casos da doença em 2024

Por Dominic Ferreira,

A Secretaria de Saúde do Ceará está investigando um óbito fetal que pode estar relacionado à febre do Oropouche, uma arbovirose emergente na região. O caso foi divulgado nesta segunda-feira (12) pela secretária de Saúde do estado, Tânia Coelho, durante um seminário sobre como enfrentar a disseminação do vírus no Ceará.

Foto: Reprodução/Bruna Lais Sena do Nascimento/Laboratório de Entomologia Médica/SEARB/IECCAPA
O estado já registrou 122 casos da doença em 2024.

O óbito, registrado no último fim de semana, ocorreu em uma gestante de 40 anos, residente de Baturité, que foi atendida no município de Capistrano. Este é um caso que gera grande preocupação, considerando que a febre do Oropouche é transmitida por mosquitos, e a gestante estava em uma área rural, onde a incidência de casos é mais alta. 
A secretária Tânia Coelho enfatizou a necessidade de ações mais agressivas para conter a propagação do vírus. "Estamos aqui com o Oropouche nos trazendo várias surpresas. O vírus saiu da Região Norte, desceu para o Nordeste, com uma apresentação atípica. O vírus está sofrendo mutação, consequência de nossa invasão no habitat, desmatamento, alterações que a gente tem causado no ambiente,” destacou.
De acordo com o último boletim epidemiológico, o Ceará já contabilizou 122 casos confirmados de febre do Oropouche em 2024, incluindo quatro gestantes. A maioria desses casos foi identificada em seis municípios da região do Maciço do Baturité: Aratuba (32), Pacoti (29), Mulungu (26), Capistrano (12), Redenção (20) e Palmácia (3). A febre do Oropouche, que até recentemente era pouco conhecida no estado, tem causado crescente preocupação entre as autoridades de saúde.
A infecção por Oropouche, transmitida por mosquitos, é mais comum na Região Norte do Brasil, mas sua recente disseminação para o Nordeste, incluindo o Ceará, sugere uma mudança preocupante no padrão da doença. As autoridades estão investigando se as alterações no ambiente, como o desmatamento, podem estar contribuindo para a disseminação do vírus.
O caso do óbito fetal em Capistrano é um alerta para a necessidade de medidas preventivas e de vigilância intensificada, especialmente em áreas rurais, onde a exposição ao mosquito vetor é maior. A Secretaria de Saúde do Ceará está em alerta máximo e já trabalha na implementação de um plano de ação para conter a propagação do vírus e evitar novos casos.

Fonte: Agência Brasil

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