Pesquisa revela que 30% de jovens enfrentam ofensas na internet no Brasil
Dados da TIC Kids Online Brasil 2024 alertam sobre riscos digitais para crianças
Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (23) pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) revela que três em cada dez crianças e adolescentes, entre 9 e 17 anos, já enfrentaram ofensas ou situações discriminatórias na internet, o que os deixou chateados. Os dados, presentes no estudo TIC Kids Online Brasil 2024, mostram que 29% dos entrevistados relataram esse tipo de experiência, enquanto 30% tiveram contato com desconhecidos online. A pesquisa destaca a necessidade urgente de mediação e proteção digital para essa faixa etária.

A coordenadora da pesquisa, Luísa Adib, ressaltou que o contato com estranhos é mais comum entre os jovens mais velhos, que tendem a ser mais ativos nas redes sociais e, portanto, mais expostos a riscos. O estudo aponta que as redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas são os principais meios onde essas interações ocorrem. Além disso, 24% das crianças e adolescentes expressaram o desejo de reduzir o tempo gasto na internet, enquanto 22% relataram navegar sem interesse, o que indica um uso excessivo que prejudica outras atividades, como os estudos e o convívio familiar.
O TIC Kids Online Brasil 2024 também destaca que o acesso à internet permanece elevado, com 93% dos jovens utilizando a rede, embora haja desigualdade regional e de classe social. As crianças da classe A e B têm quase total acesso (99%), enquanto as da classe D e E alcançam apenas 91%. Este cenário evidencia a necessidade de garantir acesso igualitário e de qualidade à tecnologia, essencial para o desenvolvimento educacional e social dos jovens.
Além das preocupações relacionadas ao uso excessivo da internet, um estudo recente do Instituto Alana reforça que a sociedade acredita que as empresas de redes sociais não fazem o suficiente para proteger os jovens online. Maria Mello, do Instituto Alana, enfatiza que a responsabilidade pela segurança digital não deve recair apenas sobre os pais, mas também sobre as plataformas e o Estado. As orientações sugeridas incluem a verificação de identidade dos usuários e a limitação do tempo de uso, reforçando a importância de um esforço conjunto para criar um ambiente online mais seguro para crianças e adolescentes.
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Fonte: Agência Brasil