Inflação em alta: Impacto do IPCA-15 na política monetária

Especialistas analisam aumento da inflação e possíveis mudanças na política monetária após

A divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) para outubro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou um aumento de 0,54%, superando as expectativas e levantando preocupações sobre a política monetária. Esse resultado reforça a visão de que o Banco Central pode adotar uma postura mais rígida em relação aos juros, de acordo com especialistas.

No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação subiu de 4,1% para 4,5%, impulsionada, segundo analistas, pelo cenário do mercado de trabalho, aumento nas tarifas de energia elétrica e questões relacionadas ao abastecimento hídrico do país.

Análises do Itaú indicam que o aumento do IPCA-15 ficou ligeiramente abaixo das projeções da instituição, que esperava um crescimento de 0,56%. Passagens aéreas tiveram redução maior do que o previsto, enquanto o pacote de telefonia, internet e TV teve um aumento acima do esperado, refletindo a pressão do mercado de trabalho e a reversão da deflação em alguns setores.

Setores como serviços subjacentes e serviços intensivos de trabalho foram os principais impulsionadores do índice, de acordo com especialistas da Necton Investimentos. Com indicadores econômicos desfavoráveis, a expectativa é de que o Banco Central aumente a taxa de juros para conter a inflação, conforme sinalizado pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

O Bank of America aponta que a crise hídrica no Brasil teve impacto direto no aumento da tarifa de energia elétrica, atingindo o nível da bandeira vermelha 2 em outubro. Além disso, a projeção de inflação para 2024 foi revisada de 3,9% para 4,4%, baseada em cenários adversos desde junho e expectativas negativas para o preço da carne.

A aceleração do IPCA-15 em outubro preocupa especialistas, como Volnei Eyng, da Multiplike, que ressalta a possibilidade de um ajuste mais agressivo na política monetária. O aumento nos preços de habitação, energia elétrica e alimentos pressiona o Banco Central a adotar uma postura mais restritiva em relação aos juros.

O cenário inflacionário, próximo ao teto da meta, pode levar o Banco Central a considerar um aumento de 0,50% na próxima reunião da Selic, conforme previsto no Boletim Focus. Essas questões devem influenciar as decisões futuras do órgão em relação à política monetária.

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