Gabriel Arcanjo lança livro e destina renda à Frente de Mulheres
O lançamento ocorre nesta quarta-feira (20), às 19h, no Teresina Shopping
Nesta quarta-feira, 20 de novembro, a partir das 19 horas, será realizado o lançamento de livro do artista plástico Gabriel Arcanjo, sob a curadoria do cineasta e promotor cultural Douglas Machado e patrocínio do Teresina Shopping. O conteúdo é uma homenagem a mulheres da família do artista e outras mulheres de luta, evocando Esperança Garcia e o documentário de Douglas Machado.
O evento, que inclui Roda de Conversa com o autor, será realizado no espaço Cultural daquele shopping. Conforme informação da Frente Popular de Mulheres Contra o Feminicídio, o apurado com a venda dos livros será destinado a esta entidade.
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Na ocasião , uma representante da Frente Popular estará à disposição do público para questionamentos acerca das atividades daquele movimento, que vem se destacando no cenário das lutas coletivas.
As ações de maior impacto comunitário foram as campanhas "Cadê Renata Costa", " Justiça por Renata" e "Somos todas Janaínas".
Renata Costa, de Nazaré do Piauí foi assassinada pelo ex-companheiro Chaguinha e deixou uma filha de outra relação e um filho da relação com o ex-companheiro. A Frente, segundo Deusantina Ribeiro (Tina), quilombola de Artur Passos, e que também faz parte do documentário sobre a Carta de Esperança Garcia, foi importante para desvendar o crime, pois o feminicida afirmava que ela tinha ido embora com um namorado.
Precisou que a Frente entrasse em contato com as autoridades do governo estadual para conseguir que fosse adquirido o luminol, então em falta, que permitiu identificar o sangue na camioneta do Chaguinha como sendo da Renata.
Tina enfatizou que foi uma mobilização de grande vulto, que chegou a sensibilizar a então governadora Regina Sousa, e contou com o apoio de grande parte da comunidade rural e urbana de Nazaré do Piauí.
A Frente Popular de Mulheres Contra o Feminicídio, pelo que foi informado, não é constituída de um único grupo. Dela faz parte também o SOS Mulheres Vítimas; e um grupo avançado e mais coeso, que é o Organizativo. Além destes, há grupos para acolhimento e orientação, voltados para casos específicos de feminicídio, com a participação de familiares das vítimas.
Quanto ao financiamento das ações, informaram que não há fontes específicas de financiamento e têm funcionado as cotizações e o esforço pessoal de cada uma. No entanto, a Frente teve um projeto financiado pelo Projeto Ellas, de uma ong que financia movimentos populares de mulheres negras, as quais constituem , juntamente com mulheres pardas, a maioria das participantes. Com os recursos, foram adquiridos instrumentos musicais e sistema de som para uso nas caminhadas e manifestações e realizados dois grandes encontros de mulheres : um em Floriano, abarcando vários municípios da região; e outro em Teresina.
As maiores despesas são com transporte e materiais de divulgação. As dificuldades de financiar o transporte, o que tem impedido o movimento de se interiorizar, segundo Madalena Nunes, que vai representar a Frente no lançamento do livro de Gabriel Arcanjo. "Há carência de estrutura que garanta que mulheres das periferias possam participar dos Atos com certa segurança, o que exige transporte e alimentação"- disse.
Madalena enfatiza que, mesmo tendo que recorrer, às vezes, ao apoio de serviços públicos, a diretriz principal do movimento é nunca perder a independência para fazer críticas e exigir serviços de qualidade no acolhimento às mulheres e famílias vitimadas.
Questionada sobre a destinação dos recursos arrecadados com esse lançamento, disse que serão aplicados em transporte e outras estrutura para manifestações em julgamentos de feminicidas, bem como em material educativo voltado para mulheres em situação de risco de morte.
Fonte: Ascom