Desemprego: Mulheres negras sofrem com o dobro da taxa de desemprego

Desigualdade de gênero e raça reflete-se no mercado de trabalho brasileiro.

A desigualdade de gênero e raça se mantém evidente no mercado de trabalho brasileiro, conforme aponta o levantamento recente da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do 2º trimestre de 2024, divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O estudo revela que as mulheres negras enfrentam uma taxa de desemprego que é o dobro da observada entre os homens não negros.

Impacto do Desemprego

No período analisado, a quantidade de desempregados chegou a 7,5 milhões, resultando em uma média de desemprego de 6,9%. Enquanto os homens não negros registraram uma taxa de desemprego abaixo da média, com 4,6%, as mulheres negras enfrentaram um índice de 10,1%, evidenciando a disparidade na inserção no mercado de trabalho.

Desigualdade Salarial

A desigualdade também se reflete na remuneração, com as mulheres negras recebendo apenas 50,2% do salário dos homens brancos, segundo dados do MTE. Essa disparidade salarial reforça as barreiras enfrentadas pelas mulheres negras no acesso a empregos mais bem remunerados e ascensão profissional.

Impacto da Pandemia

A pandemia de Covid-19 agravou a situação, especialmente para as mulheres negras que ocupavam funções vulneráveis, como empregadas domésticas. O aumento do desemprego nesse grupo evidencia a fragilidade da inserção no mercado de trabalho e a necessidade de políticas públicas mais efetivas para promover a igualdade de oportunidades.

Informalidade e Vulnerabilidade

No 2º trimestre deste ano, dos 101,8 milhões de pessoas ocupadas, 38,6% estavam na informalidade. As mulheres negras se destacam entre as assalariadas sem registro, conta própria sem CNPJ ou com emprego doméstico sem carteira, com uma taxa 9,1% superior à das mulheres não negras, evidenciando a vulnerabilidade dessas trabalhadoras no mercado de trabalho.

Desafios para a Igualdade

A realidade do mercado de trabalho brasileiro aponta para a urgência de ações que enfrentem as desigualdades de gênero e raça, garantindo oportunidades equitativas para todas as trabalhadoras. A valorização do trabalho feminino, especialmente das mulheres negras, é essencial para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

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