Pneu remold vs. pneu seminovo: entenda a diferença e escolha a melhor opção

Seja qual for a escolha, é fundamental que o consumidor pesquise fornecedores

Por Redação do Portal AZ,

A escolha do pneu certo para o seu veículo é uma decisão que vai muito além do preço. Características como durabilidade, aderência, segurança e impacto ambiental devem ser levadas em consideração antes de optar por um modelo. Nesse sentido, duas alternativas têm ganhado atenção no mercado automobilístico: o pneu seminovo e o remoldado. Ambos representam opções mais acessíveis quando comparadas a um pneu totalmente novo, mas há diferenças cruciais que podem determinar se o investimento valerá a pena a longo prazo. 
 

Foto: ReproduçãoPneus

A seguir, vamos abordar detalhadamente cada uma dessas alternativas, suas vantagens, desvantagens, normas de segurança e aspectos econômicos, para ajudá-lo a fazer uma escolha informada.

O que é um pneu seminovo?

O pneu seminovo é, na essência, um pneu que já foi utilizado, mas que ainda apresenta boas condições de rodagem. Diferentemente do pneu completamente usado, em que a banda de rodagem está próxima do limite legal ou mesmo ultrapassando o ponto seguro, o seminovo deve manter uma espessura considerável de borracha, apresentando desgaste mínimo e preservando padrões de frenagem, aderência e estabilidade razoáveis. Por isso, a ideia de adquirir um pneu seminovo é atrativa para motoristas que buscam economia sem abrir mão de relativa qualidade.

Segundo dados de oficinas especializadas e revendedores de pneus usados, um seminovo em bom estado pode manter entre 70% a 90% da vida útil original do pneu, dependendo do cuidado do proprietário anterior, do tipo de asfalto em que o pneu rodou e da frequência com que o veículo passava por manutenções preventivas, como alinhamento e balanceamento. Profissionais do setor recomendam verificar o ano de fabricação gravado na lateral do pneu, garantindo que não se trata de um modelo muito antigo, pois o tempo, mesmo sem uso, pode ressecar a borracha e comprometer a segurança.

Qualidade e durabilidade do pneu seminovo

A durabilidade do pneu seminovo varia de acordo com vários fatores, incluindo a marca, o tipo de uso e as condições climáticas. Marcas renomadas costumam oferecer maior garantia de qualidade, mesmo nos casos de pneus já rodados. Ao comprar um seminovo, é essencial observar a integridade da carcaça, possíveis bolhas ou deformidades e desgaste irregular na banda de rodagem. Pequenas trincas podem indicar borracha ressecada, o que compromete a durabilidade e a segurança.

Há relatos de consumidores satisfeitos com a compra de pneus seminovos de marcas conhecidas, ressaltando que a economia chega a até 50% em relação ao preço de um pneu novo de primeira linha. Contudo, vale lembrar que a durabilidade nem sempre será a mesma de um zero quilômetro. A manutenção do veículo e a maneira de dirigir também influenciam no tempo que o pneu seminovo durará, podendo variar de alguns meses a alguns anos adicionais.

O que é um pneu remold?

O pneu remold surge como uma opção que, a princípio, parece unir sustentabilidade e baixo custo. Esse tipo de pneu é fabricado a partir de uma carcaça previamente utilizada, que passa por um processo de raspagem da borracha desgastada e aplicação de uma nova camada de borracha na banda de rodagem. 

Assim, uma carcaça considerada adequada (sem danos estruturais) pode ganhar uma “segunda vida”, reduzindo a necessidade de descarte prematuro e, consequentemente, o impacto ambiental associado à produção e ao descarte de pneus.

Como ocorre o processo de remoldagem?

A remoldagem consiste em um procedimento industrial que segue rígidos padrões de segurança e qualidade. Primeiramente, a carcaça do pneu é analisada minuciosamente. Caso esteja apta, é feita a remoção da camada de borracha antiga, expondo a parte estrutural. Em seguida, uma nova camada de borracha é aplicada na banda de rodagem, moldando novamente o pneu. O produto final é vulcanizado, processo térmico que garante a aderência da borracha e a resistência do pneu renovado. Esse processo é semelhante ao de recapagem, porém, no caso do remold, toda a lateral do pneu também recebe uma nova camada de borracha, dando ao produto um aspecto visual mais próximo do pneu novo.

Conforme dados de algumas empresas especializadas em remoldagem, a economia de matéria-prima é significativa. Estudos do setor indicam que cerca de 70% do custo de produção de um pneu novo está na carcaça, de modo que aproveitar essa parte estrutural reduz custos e conserva recursos. Há, portanto, um ganho ambiental relevante: menos borracha descartada, menor exploração de petróleo (matéria-prima da borracha sintética) e menor emissão de CO₂ na atmosfera.

Segurança e normatização

Tanto o pneu seminovo quanto o remoldado devem atender a normas de segurança e qualidade. No Brasil, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) atua na certificação de pneus, garantindo que cumpram critérios mínimos de resistência e durabilidade. Órgãos como a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estabelecem padrões para processos de recapagem e remoldagem. Ao adquirir um produto, seja seminovo ou remoldado, o consumidor deve exigir certificados de qualidade e, se possível, selos de conformidade. Dessa forma, minimiza-se o risco de adquirir um produto de procedência duvidosa.

Especialistas em segurança veicular recomendam que os pneus, independentemente de serem novos, seminovos ou remoldados, sejam inspecionados regularmente. Verificar a calibragem, o alinhamento, o balanceamento e o estado geral da borracha são cuidados indispensáveis. Em condições ideais, um pneu de procedência confiável, instalado corretamente e bem cuidado, pode proporcionar um rodar seguro e estável.

Comparação de custo-benefício

No aspecto econômico, a comparação entre o seminovo e o remoldado envolve não apenas o valor de aquisição, mas também a vida útil esperada. Um seminovo de marca reconhecida, com banda de rodagem ainda extensa, tende a oferecer uma relação custo-benefício mais equilibrada. Por outro lado, o remoldado costuma ser ainda mais barato, o que o torna atrativo para motoristas que precisam substituir pneus, mas não dispõem de um orçamento mais robusto no momento.

Nesse sentido, um pneu seminovo de alta qualidade pode sair por cerca de 30% a 50% menos que um novo, enquanto o remoldado, dependendo da marca e do processo, pode ficar ainda mais barato, chegando a economias de 40% a 60%. A longevidade, entretanto, pode ser menor, e a qualidade da carcaça original impacta significativamente na durabilidade. Ou seja, um remold de procedência confiável, com boas referências e certificações, pode se provar um ótimo negócio, mas é preciso estar atento a detalhes como garantia e histórico do fabricante.

Vantagens e desvantagens de cada opção

O seminovo destaca-se pela relativa segurança de saber que se trata de um produto com padrões originais, mas já usado. Suas vantagens incluem preço inferior ao novo e, dependendo do estado de conservação, boa durabilidade. A desvantagem é a incerteza sobre o histórico de uso: não se sabe ao certo se o pneu passou por buracos, impactos bruscos ou sobrecarga.

Já o remoldado apresenta uma atratividade econômica mais acentuada, além de um viés sustentável relevante. A desvantagem é a necessidade de confiar no processo industrial e na idoneidade do fabricante. Se o remold não for bem executado ou a carcaça não atender aos padrões de qualidade, o pneu pode apresentar desgaste acelerado ou falhas estruturais.

Dicas de manutenção e verificação

Independentemente da escolha, alguns cuidados garantem o melhor aproveitamento do pneu. Recomenda-se verificar a pressão regularmente, a cada 15 dias, buscando o valor indicado no manual do fabricante. O alinhamento da suspensão e o balanceamento das rodas devem ser feitos a cada 10 mil quilômetros ou sempre que o motorista sentir o carro “puxar” para um lado. 

É importante observar a banda de rodagem: indicadores de desgaste, pequenas trincas ou deformidades devem servir de alerta para a necessidade de substituição. Por fim, manter o carro dentro do limite de carga recomendado é evitar manobras bruscas que também prolongam a vida útil dos pneus.

A decisão entre o seminovo e o remoldado depende do perfil do motorista e das prioridades em jogo. Quem valoriza mais a garantia de procedência e a manutenção de características originais do pneu pode preferir um seminovo de boa marca. Já quem busca o menor custo possível, sem abrir mão de certa qualidade, pode se beneficiar do processo de remodelagem. 

Seja qual for a escolha, é fundamental que o consumidor pesquise fornecedores, verifique certificações, avalie a procedência e mantenha o pneu em boas condições de uso. Dessa maneira, será possível rodar com segurança, conforto e economia, contribuindo ainda para práticas mais sustentáveis no setor automotivo.

Fonte: Ascom

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