Instituto pede na justiça R$ 4,5 bilhões à Meta, TikTok e Kwai por danos morais

A exposição prolongada e descontrolada altera o sistema de recompensas do cérebro

Por Redação do Portal AZ,

O Instituto Defesa Coletiva ingressou na Justiça para responsabilizar as redes sociais Meta, TikTok e Kwai por dependência e impacto negativo das plataformas na saúde mental de crianças e adolescentes. A entidade pede pagamento de R$ 1,5 bilhão por donos morais coletivos da empresa, o que somaria R$ 4,5 bilhões caso condenadas.

Foto: reprodução Reprodução internet

O pedido tramita em ação civil pública no Tribunal de Justiça de Minas Gerais e seu propósito seria o de estabelecer uma responsabilização robusta a essas grandes corporações tecnológicas, com exigência de implementação de mecanismos de proteção de dados e de restrições ao uso excessivo das plataformas por jovens.
Para o instituto, as redes sociais operadas pelas empresas processadas promovem dependência, ao reforçar o uso ininterrupto com algoritmos que estimulam recompensas instantâneas e constantes, como curtidas e atualizações de feed.

As ações contra três redes sociais muito populares entre jovens buscam fundamentação em estudos científicos que demonstrariam como a exposição prolongada e descontrolada a essas plataformas altera o sistema de recompensa do cérebro, aumentando o risco de dependência.
Entre os estudos, uma pesquisa da Universidade de Zhejiang, China, aponta que o algoritmo das redes sociais ativa diretamente áreas cerebrais ligadas à sensação de prazer e recompensa, intensificando o vício, principalmente entre crianças e adolescentes.
O instituto pede em suas ações contra as empresas que sejam adotadas medidas de controle para proteger os jovens usuários das redes sociais, incluindo a proibição temporária de acesso a essas plataformas por menores de idade até que sejam implementados mecanismos para evitar a dependência.

Outro pedido é que a Meta, o TikTok e o Kwai alterem a configuração de seus algoritmos e o tratamento dos dados dos menores, buscando uma experiência mais segura e saudável. Para o TikTok, exige-se que a funcionalidade ‘Family Pairing’, que permite controle dos pais sobre o uso dos filhos, permaneça ativa até que o usuário atinja a maioridade.
Na ação contra o Kwai, pede-se a vinculação das contas de menores às de seus pais ou responsáveis para monitoramento constante, também com vigência até os 18 anos.
O instituto faz critica a mecanismos de reprodução automática (autoplay) presentes no TikTok e Kwai, que promoveriam consumo ininterrupto de conteúdo sem que o usuário precise sequer interagir. Esse recurso, segundo o Instituto, não só facilita o vício, mas amplia o consumo de anúncios, o que reforça o modelo de lucro das plataformas em detrimento da saúde dos usuários.

Fonte: Com informações do Migalhas.com

Comente

Pequisar