Debate destaca a importância das abelhas sem ferrão para produção de mel nativo

Evento promovido pela SAF busca regulamentar e valorizar a meliponicultura no Piauí

Por Dominic Ferreira,

O 1º Fórum de Meliponicultura do Piauí será realizado, nesta sexta-feira (14), no Centro Guadalupe, em Teresina, a partir das 8h. O evento, promovido pela Secretaria da Agricultura Familiar (SAF) em colaboração com a Associação dos Meliponicultores do Piauí (AME-PI), visa debater a produção de abelhas sem ferrão, que desempenham um papel crucial na polinização e preservação do meio ambiente. O fórum também busca criar uma legislação que reconheça e proteja a meliponicultura como uma atividade legal e sustentável no estado.

Foto: Reprodução | Sandra SousaAbelha Tiúba se destaca como uma das espécies mais comuns no Piauí.
Abelha Tiúba se destaca como uma das espécies mais comuns no Piauí.

As abelhas sem ferrão são peças fundamentais para a biodiversidade local e são utilizadas na prática da meliponicultura, que envolve a criação dessas abelhas nativas para a produção de mel. Segundo a bióloga e educadora ambiental Sandra Sousa, a produção de mel a partir dessas abelhas utiliza plantas nativas, resultando em um produto com valor nutricional e medicinal superior.

Foto: Reprodução | Sandra SousaAbelha-canudo é identificada em diversas localidades do Piauí.
Abelha-canudo é identificada em diversas localidades do Piauí.

“As abelhas são responsáveis pela polinização das plantas, muito importante para o nascimento de frutos, e esse grau de importância aumenta se levarmos em consideração que as abelhas nativas só polinizam as plantas nativas. Então, só conseguimos ter o fruto do cajumbu, se a abelha da espécie Guabiraba realiza esse processo. É um grande fomento à preservação da biodiversidade da nossa região”, explica Sandra, destacando que muitas espécies, como a aroeira e o angico, são preferidas por essas abelhas.

Foto: Reprodução | Sandra SousaUruçu-amarela
Uruçu-amarela

Sandra também ressalta que o Piauí abriga mais de 250 espécies de abelhas sem ferrão, com algumas das mais predominantes sendo a Canudo, Moça-Branca e Marmelada. A meliponicultura, portanto, não só foca na produção de mel, mas também na preservação das plantas nativas e na promoção da diversidade ecológica. Apesar da relevância da meliponicultura, práticas predatórias, como a retirada inadequada de abelhas do seu habitat, têm se tornado recorrentes.

Foto: Reprodução | Governo do Piauíok

Sandra alerta que essas ações podem levar ao desmatamento e prejudicar o ecossistema. O fórum também discutirá propostas para regulamentar essas práticas e conscientizar a população sobre a importância de um manejo sustentável, utilizando métodos adequados para a criação dessas abelhas, como a instalação de recipientes iscas que imitam o oco de árvores, permitindo que as abelhas escolham um novo lar de forma segura.

Fonte: Governo do Piauí

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