Debate destaca a importância das abelhas sem ferrão para produção de mel nativo
Evento promovido pela SAF busca regulamentar e valorizar a meliponicultura no Piauí
O 1º Fórum de Meliponicultura do Piauí será realizado, nesta sexta-feira (14), no Centro Guadalupe, em Teresina, a partir das 8h. O evento, promovido pela Secretaria da Agricultura Familiar (SAF) em colaboração com a Associação dos Meliponicultores do Piauí (AME-PI), visa debater a produção de abelhas sem ferrão, que desempenham um papel crucial na polinização e preservação do meio ambiente. O fórum também busca criar uma legislação que reconheça e proteja a meliponicultura como uma atividade legal e sustentável no estado.

As abelhas sem ferrão são peças fundamentais para a biodiversidade local e são utilizadas na prática da meliponicultura, que envolve a criação dessas abelhas nativas para a produção de mel. Segundo a bióloga e educadora ambiental Sandra Sousa, a produção de mel a partir dessas abelhas utiliza plantas nativas, resultando em um produto com valor nutricional e medicinal superior.
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“As abelhas são responsáveis pela polinização das plantas, muito importante para o nascimento de frutos, e esse grau de importância aumenta se levarmos em consideração que as abelhas nativas só polinizam as plantas nativas. Então, só conseguimos ter o fruto do cajumbu, se a abelha da espécie Guabiraba realiza esse processo. É um grande fomento à preservação da biodiversidade da nossa região”, explica Sandra, destacando que muitas espécies, como a aroeira e o angico, são preferidas por essas abelhas.

Sandra também ressalta que o Piauí abriga mais de 250 espécies de abelhas sem ferrão, com algumas das mais predominantes sendo a Canudo, Moça-Branca e Marmelada. A meliponicultura, portanto, não só foca na produção de mel, mas também na preservação das plantas nativas e na promoção da diversidade ecológica. Apesar da relevância da meliponicultura, práticas predatórias, como a retirada inadequada de abelhas do seu habitat, têm se tornado recorrentes.

Sandra alerta que essas ações podem levar ao desmatamento e prejudicar o ecossistema. O fórum também discutirá propostas para regulamentar essas práticas e conscientizar a população sobre a importância de um manejo sustentável, utilizando métodos adequados para a criação dessas abelhas, como a instalação de recipientes iscas que imitam o oco de árvores, permitindo que as abelhas escolham um novo lar de forma segura.
Fonte: Governo do Piauí