Dólar sobe influenciado por decisões sobre juros no Brasil e EUA
Dólar fecha em alta de 0,37% atingindo R$ 5,71, impactado por expectativas de política mon
O mercado financeiro observou nesta terça-feira mais um dia de fortalecimento do dólar, o que gerou pressão sobre as moedas de países emergentes, incluindo o real brasileiro. A moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 0,37%, alcançando o valor de R$ 5,71. Esse movimento ascendente está intimamente ligado às decisões iminentes sobre política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, bem como às incertezas políticas que envolvem o presidente Donald Trump.
Expectativas em torno do Fed
Para o economista André Galhardo, consultor econômico da plataforma de transferência internacional Remessa Online, a reunião do Federal Reserve (Fed) provavelmente manterá as taxas de juros inalteradas. No entanto, o conteúdo do comunicado a ser divulgado pelo banco central americano tem potencial para surpreender o mercado.
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Galhardo acredita que o Fed poderá adotar um tom mais cauteloso, reforçando seu compromisso com a estabilidade da inflação, como uma resposta às recentes tentativas do Poder Executivo de interferir na política monetária.
Impacto do cenário econômico dos EUA
Outro fator que contribui para a pressão sobre as moedas emergentes é o desempenho da economia dos Estados Unidos. Apesar da contração do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, projeções do próprio Fed indicam um crescimento anualizado de 2,2% no trimestre seguinte.
Segundo o economista, apesar da desaceleração econômica, o mercado de trabalho nos EUA permanece aquecido, o que mantém os riscos de inflação em destaque.
Retórica protecionista e setor farmacêutico
O déficit da balança comercial americana em março, que ultrapassou US$ 140 bilhões, um valor muito acima do previsto, pode reacender as preocupações com o protecionismo por parte do presidente Trump. Esse dado, segundo Galhardo, poderia levar a um aumento das tarifas sobre medicamentos e insumos importados, o que representaria um risco inflacionário adicional.
O setor farmacêutico é estratégico nos EUA, sendo responsável por cerca de 13% do consumo global de medicamentos e quase metade da receita global do segmento. Tarifas mais elevadas sobre produtos farmacêuticos importados podem intensificar os riscos inflacionários, demandando ainda mais atenção e cautela por parte do Federal Reserve.