Pesquisa revela que 52,9% das pessoas com HIV sofrem discriminação no Brasil
Estudo aponta violações de direitos e estigma que afetam tratamento e prevenção
Um novo estudo intitulado Índice de Estigma em Relação às Pessoas Vivendo com HIV 2025 revela que 52,9% das pessoas vivendo com HIV/aids no Brasil já enfrentaram algum tipo de discriminação ao longo de suas vidas. A pesquisa, divulgada nesta quinta-feira (8), também mostra que 38,8% dos entrevistados relataram ter sido alvo de fofocas ou comentários discriminatórios. O levantamento foi realizado por um consórcio de organizações, incluindo o Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas e a Rede Nacional de Adolescentes e Jovens vivendo com HIV/AIDS.
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O estudo, que ouviu 1.275 pessoas em sete capitais brasileiras, expõe graves violações de direitos humanos, como discriminação institucional, quebra de sigilo, e até violência física. Essas violações não apenas ferem a dignidade das pessoas que vivem com HIV, mas também criam barreiras ao acesso ao tratamento e à prevenção do vírus. O relatório destaca que 6,6% dos entrevistados tiveram suas sorologias divulgadas publicamente sem consentimento, e 11,5% relataram tratamento discriminatório em serviços de saúde relacionados ao HIV.
Pela primeira vez, a pesquisa também aborda o impacto de eventos climáticos extremos na vida das pessoas com HIV, indicando que 23% dos participantes enfrentaram dificuldades para acessar medicamentos antirretrovirais devido a fenômenos meteorológicos intensos, como secas e enchentes. O medo de reações negativas em relação ao HIV influencia significativamente as decisões dos indivíduos, com 22,8% evitando fazer o teste por receio de discriminação e 8,5% deixando de procurar serviços de saúde após vivenciarem preconceito.
O levantamento revela que o estigma e a discriminação são particularmente intensos em certas populações, como pessoas trans e travestis e profissionais do sexo. Entre os entrevistados desse grupo, 86,7% sofreram discriminação por identidade de gênero e 73% relataram assédio sexual. O relatório ressalta que o Brasil alcançou metas importantes no combate ao HIV, mas a meta de garantir que 95% das pessoas diagnosticadas estejam em tratamento ainda não foi alcançada, devido ao estigma e à discriminação que afastam muitos dos serviços de saúde. A pesquisa foi realizada em parceria com instituições como o Unaids e a Fiocruz, destacando a importância de enfrentar esses determinantes sociais para melhorar a saúde da população afetada.
Fonte: Agência Brasil