Pesquisadora da Embrapa é indicada ao Nobel da Alimentação e da Agricultura

Mariangela Hungria é reconhecida por suas contribuições à agricultura sustentável no Brasil

Por Dominic Ferreira, 14/05/2025 11:02

A pesquisadora brasileira Mariangela Hungria da Cunha, da Embrapa, foi nomeada para receber o World Food Prize 2025, considerado o prêmio mais importante da agricultura mundial, frequentemente referido como o "Nobel" da Alimentação e Agricultura. Em sua declaração sobre a nomeação, Mariangela expressou sua honra e surpresa, afirmando: “Com essa premiação, há também o reconhecimento do empenho da pesquisa brasileira rumo a uma agricultura cada vez mais sustentável.”

Foto: Reprodução/Divulgação/Embrapa

Mariangela Hungria da Cunha

O World Food Prize foi criado por Norman E. Borlaug, vencedor do Nobel da Paz em 1970, com o objetivo de reconhecer aqueles que fazem contribuições significativas para aumentar a qualidade, quantidade ou acesso a alimentos em todo o mundo. Mariangela, engenheira agrônoma formada pela USP, possui um impressionante histórico acadêmico, com mais de 500 publicações e uma série de prêmios que refletem seu impacto transformador na agricultura não apenas do Brasil, mas também globalmente.

Atualmente, na Embrapa Soja, Mariangela lidera pesquisas fundamentais em fixação biológica do nitrogênio, uma tecnologia que economiza ao Brasil cerca de 25 bilhões de dólares por ano em fertilizantes. Essa abordagem não só reduz impactos ambientais, mas também fortalece a produção sustentável. Sua trajetória, marcada por desafios pessoais, como a gravidez durante a faculdade e a criação de uma filha com necessidades especiais, a torna uma inspiração. “Diziam que minha vida tinha acabado”, relembra, mas hoje ela é reconhecida como uma das 100 Mulheres Poderosas do Agro, segundo a Forbes.

Inspirada pela cientista Johanna Döbereiner, Mariangela apostou na microbiologia do solo em um momento em que poucos acreditavam. Suas inovações com bioinsumos já beneficiam milhões de hectares e impactam positivamente a agricultura familiar por meio de projetos de acesso à inovação.

Fonte: Embrapa