Mercado de fusões e aquisições indica reorganização estratégica em 2025

Com movimento de R$ 39,6 bi no primeiro trimestre

Por Redação do Portal AZ,

O mercado brasileiro de fusões e aquisições (M&A) movimentou R$ 39,6 bilhões no primeiro trimestre de 2025, registrando 399 operações, de acordo com o relatório da TTR Data. Embora tenha havido uma ligeira queda de 2% no número de transações em relação ao mesmo período de 2024, o cenário atual sugere uma reorientação estratégica das empresas, priorizando aquisições mais estruturadas e alinhadas a objetivos de longo prazo. 

Foto: Reprodução/Freepik/Imagem ilustrativaok

Segundo Nestor Casado, CEO da Capital Invest, assessoria financeira especializada em M&A, essa mudança de perfil nas operações é um indicativo de amadurecimento do mercado. "As empresas estão mais seletivas. O momento atual pede movimentos que tragam eficiência operacional, inovação ou expansão de portfólio, e não apenas ganho de mercado", analisa.

 O setor de Internet, Software & IT Services liderou o volume de transações no trimestre, com 79 operações, mantendo o mesmo patamar do ano anterior. No entanto, o fluxo de investimentos estrangeiros no segmento caiu 22%, refletindo um ambiente global de maior seletividade. 

"A transformação digital continua sendo essencial, mas os investidores estão mais atentos à rentabilidade e à sustentabilidade dos modelos de negócio", explica Casado. Ele acrescenta que setores como Real Estate e Banking & Investment, com 33 e 29 transações respectivamente, mostram que o apetite dos investidores está diversificado. 

Embora os Estados Unidos permaneçam como o principal destino de investimentos brasileiros no exterior (29 operações), as aquisições por empresas norte-americanas no Brasil caíram 24%. Esse movimento também é observado no interesse de fundos estrangeiros de Private Equity e Venture Capital, com quedas de 20% nas operações até março. 

Para Nestor Casado, essa retração é parcial e contextual: "A redução do fluxo internacional significa apenas uma realocação para ativos considerados mais estratégicos ou resilientes. O Brasil ainda oferece oportunidades únicas, especialmente em setores como infraestrutura, saúde e tecnologia aplicada."

No contrafluxo do Private Equity, que viu uma queda de 35% no número de transações, o Venture Capital teve um aumento expressivo de 33% no valor investido, somando R$ 3 bilhões. Este dado reforça a aposta na inovação e na renovação dos negócios. 

"A aposta em startups e novas tecnologias é uma resposta à necessidade das empresas de inovar com mais agilidade. O Venture Capital tem sido o canal para essa transformação", afirma o CEO. 

Caso de sucesso e perspectivas para o ano 

Entre as operações de destaque recentes, a Capital Invest, uma das top Boutiques de M&A do Brasil, assessorou financeiramente a aquisição do Grupo LRB pelo Grupo Killing, oficializada em abril de 2025. A negociação envolveu a compra de 100% da LRB, fabricante de adesivos com unidades no Rio Grande do Sul, e marca mais um passo na estratégia de expansão da Killing, que já havia adquirido a Superlack em 2024. 

"A aquisição da LRB é emblemática do novo momento do mercado: são movimentos cuidadosamente planejados, com forte sinergia operacional e tecnológica", ressalta Casado. A negociação com ganhos para todas as partes envolvidas, foi o resultado de um processo de venda da empresa profissional e competitivo. 

Esse caso demonstra que, apesar das oscilações no volume de negócios e no apetite internacional, o mercado de M&A no Brasil permanece resiliente. "Estamos vivendo um ciclo em que a qualidade supera a quantidade. As operações tendem a ser mais estratégicas, com maior envolvimento de assessorias especializadas para estruturar negócios sólidos e sustentáveis", conclui o CEO da Capital Invest.

Fonte: Portal AZ

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