Aumento no consumo de energéticos preocupa especialistas em saúde no Brasil

Bebidas podem causar insônia, ansiedade e arritmias; moderação é recomendada

Por Dominic Ferreira,

O consumo de bebidas energéticas no Brasil vem crescendo de maneira alarmante, especialmente entre os jovens. O marketing agressivo, aliado a rotinas exaustivas e à busca por rendimento imediato, tem popularizado o hábito de ingerir essas bebidas, muitas vezes sem a devida consciência dos riscos à saúde. Dados da Kantar revelam que, até setembro de 2024, energéticos estavam presentes em 38% dos lares brasileiros, e fora de casa, o consumo atinge 22% da população, com destaque para jovens de até 29 anos, que representam 40% da ingestão registrada.

Foto: Reprodução/DivulgaçãoOk

Essas bebidas são ricas em substâncias como cafeína, taurina, guaraná e L-carnitina, que têm efeito estimulante sobre o sistema nervoso central. Quando consumidas em doses moderadas e ocasionais, podem proporcionar uma sensação temporária de alerta e aumento da concentração. No entanto, a Dra. Rafaella Soriano, médica cardiologista e docente do IDOMED, alerta que o consumo frequente ou excessivo pode levar a efeitos colaterais significativos, como insônia, taquicardia, aumento da pressão arterial, dores de cabeça e crises de ansiedade, podendo culminar em arritmias cardíacas severas.

Outro aspecto preocupante é a combinação de energéticos com álcool, comum em festas e baladas. Essa associação pode mascarar os sinais de intoxicação e elevar o risco de complicações cardíacas, convulsões e até parada cardiorrespiratória. A Dra. Rafaella destaca que pessoas com condições clínicas pré-existentes, como hipertensão e transtornos de ansiedade, devem evitar essas bebidas, enquanto a orientação geral é a moderação. Ela sugere que substituir os energéticos por uma boa noite de sono, alimentação saudável e hidratação é a escolha mais segura para quem deseja energia e foco.

O aumento do consumo entre jovens também demonstra um comportamento social que valoriza a atividade constante e a superação de limites. O psicólogo Fabrício Otoboni aponta que a promessa de potência imediata dos energéticos se alinha a uma pressão por desempenho que pode ignorar o autocuidado. Essa busca por resultados pode levar a um padrão compulsivo, resultando em esgotamento, dependência e perda de qualidade de vida.

Assim, é importante que os jovens e a sociedade como um todo reflitam sobre esses hábitos e adotem uma abordagem mais consciente em relação ao uso de energéticos.

Fonte: Ícone Comunicação

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