Portugal expulsa quase 34 mil imigrantes, incluindo 5 mil brasileiros
A medida surge após mudanças nas políticas de imigração e aumento de pedidos rejeitados
Portugal anunciou na segunda-feira, 2 de junho, que está expulsando 33.983 imigrantes que tiveram seus pedidos de residência rejeitados, sendo 5.368 deles brasileiros. O governo tem notificado cerca de 2 mil estrangeiros por dia, que devem deixar o país em até 20 dias. Essa ação é parte de uma força-tarefa lançada pela Aliança Democrática (AD), liderada pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, que busca revisar e restringir a imigração no país.
- Participe do nosso grupo de WhatsApp
- Participe do nosso grupo de Telegram
- Confira os jogos e classificação dos principais campeonatos

Desde que a AD assumiu o poder, o governo tem implementado mudanças significativas nas políticas de imigração, incluindo o fim do mecanismo de "manifestação de interesse" que permitia a solicitação de residência sem um contrato de trabalho. A decisão de expulsar imigrantes surge em meio a um aumento no número de pedidos rejeitados, que quase dobrou em um mês, passando de 18 mil notificações em abril para quase 34 mil em junho. O governo português afirma que havia aproximadamente 446 mil pedidos de residência pendentes, muitos dos quais foram extintos por falta de pagamento.
Os brasileiros lideram a lista de nacionalidades que solicitaram residência em Portugal, com 73 mil pedidos analisados até agora. Dentre estes, 68 mil tiveram suas solicitações aprovadas, resultando em uma taxa de rejeição de 7,3%. Em contraste, a Índia teve uma taxa de rejeição de 46,6%, evidenciando a rigidez do novo processo. A necessidade de regularização de imigrantes e a preocupação com a integração cultural foram fatores que motivaram as mudanças nas políticas de imigração.
As novas diretrizes refletem uma resposta ao aumento do fluxo de imigrantes, que triplicou em uma década e gerou conflitos culturais e resistência à imigração. O ministro António Leitão Amaro destacou que a chegada de estrangeiros é "a maior mudança demográfica da nossa história democrática". Ele observou que, enquanto Portugal teve um dos regimes migratórios mais abertos da Europa sob o governo anterior, agora há uma necessidade urgente de maior controle, especialmente em um cenário onde o sentimento anti-imigração está crescendo.
Fonte: Correio Braziliense | BBC News