Vazamento em fábrica da Coca-Cola no Ceará leva governo a suspender produção
Operações foram interrompidas após contato de líquido refrigerante com bebidas em elaboração; 9 milhões de litros aguardam análise
O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) suspendeu temporariamente, nesta terça-feira (3), a produção e o envase de bebidas na fábrica da Solar Coca-Cola em Fortaleza, Ceará. A medida foi tomada após um vazamento no sistema de resfriamento da linha de produção, que permitiu o contato entre o líquido refrigerante — contendo álcool de grau alimentício — e os produtos ainda em processamento.

Segundo o MAPA, a substância envolvida não contém componentes tóxicos, mas cerca de 9 milhões de litros de bebidas precisarão passar por análise laboratorial antes de serem liberados para consumo. A expectativa é de que os reparos na unidade sejam concluídos até esta quarta-feira (4), possibilitando a retomada das atividades.
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O incidente, embora classificado como de “baixo risco à saúde”, acendeu um alerta sobre os protocolos de manutenção em grandes indústrias de bebidas. A Solar, maior engarrafadora de capital brasileiro no sistema Coca-Cola, é responsável por atender 11 estados das regiões Norte e Nordeste e opera 44 centros de distribuição. A interrupção nas operações pode impactar o fornecimento em larga escala.
Em nota, a empresa afirmou estar colaborando com as autoridades e já iniciou os ajustes necessários para cumprir as exigências regulatórias. Até o momento, não há relatos de produtos contaminados no mercado.
A fábrica de Fortaleza integra o grupo Solar Bebidas, controlado pelas famílias Jereissati e Mello em parceria com a The Coca-Cola Company. No Brasil, o sistema Coca-Cola conta com 39 fábricas, incluindo a Recofarma, em Manaus, que produz o concentrado distribuído para toda a América Latina.
A interrupção ocorre em meio a uma conjuntura desafiadora para o setor, pressionado por gargalos logísticos e críticas relacionadas à sustentabilidade e à composição química dos refrigerantes. Grupos de consumidores e entidades de saúde pública apontam, há anos, a presença de substâncias como 4-metil-imidazol (4-MI), clorato e altos níveis de açúcar como fatores preocupantes — ainda que legalmente permitidos.
Fonte: Portal AZ