Taxa de analfabetismo no Piauí sobe e desigualdades persistem, aponta IBGE

Apesar de avanços no ensino superior, o estado ainda apresenta a segunda maior taxa de analfabetismo do país

Por Rayfran Junior,

A mais recente divulgação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), lança luz sobre os desafios e avanços da educação no Piauí em 2024. Os dados revelam uma realidade marcada por desigualdades persistentes, avanço lento na escolarização e preocupações com o aumento do analfabetismo.

Foto: FreepikAumento na taxa de analfabetismo
Aumento na taxa de analfabetismo

Segundo o levantamento, o Piauí registrou uma taxa de analfabetismo de 13,8% entre pessoas com 15 anos ou mais, o que representa um aumento de 0,5 ponto percentual em relação a 2023. Essa taxa é a segunda maior do país, superada apenas por Alagoas (14,3%), e está 8,5 pontos percentuais acima da média nacional, que foi de 5,3% em 2024.

O aumento da taxa de analfabetismo foi observado em todos os grupos etários, exceto entre os idosos com 60 anos ou mais, que registraram queda de 2,3 pontos percentuais. Entre pessoas com 40 anos ou mais, a taxa saltou de 23,2% para 24,5%. Já entre adultos com 25 anos ou mais, subiu para 16,7%.

Desigualdades raciais e de gênero

O crescimento do analfabetismo afetou desproporcionalmente a população preta e parda, cuja taxa passou de 13,8% para 14,7%. Em contrapartida, entre os brancos, houve redução de 11,1% para 10,2%. A desigualdade também se refletiu no nível de instrução: apenas 12,9% da população preta e parda com 25 anos ou mais tinha ensino superior, frente a 25,1% entre os brancos, praticamente o dobro.

No recorte por gênero, as mulheres piauiense seguem mais escolarizadas que os homens. Enquanto 47,9% das mulheres tinham 12 anos ou mais de estudo, o índice entre os homens era de 38,2%. O cenário se inverte quando analisados os grupos com menos de 5 anos de estudo: 29,3% dos homens estão nesse grupo, contra 22,9% das mulheres.

Ensino superior cresce, mas abaixo da média nacional

Apesar do cenário preocupante no que diz respeito ao analfabetismo, o estado apresentou avanços no ensino superior. Em 2024, 15,3% das pessoas com 25 anos ou mais de idade possuíam nível superior completo, o terceiro melhor índice do Nordeste, atrás apenas do Rio Grande do Norte (17,5%) e Sergipe (15,4%). Esse número representa um crescimento expressivo em relação a 2016, quando o percentual era de 10,7%.

No entanto, a marca ainda está 5,2 pontos percentuais abaixo da média nacional, que foi de 20,5% em 2024. Estados como Distrito Federal (38,9%), São Paulo (25,9%) e Rio de Janeiro (25,5%) lideram o ranking nacional.

Meta do PNE não foi alcançada

A PNAD Contínua também aponta que o Piauí não conseguiu atingir as metas do Plano Nacional de Educação (PNE). A meta intermediária de reduzir o analfabetismo para 6,5% até 2015 foi superada apenas por 16 estados. Já a erradicação do analfabetismo até 2024, objetivo final do plano, permanece distante da realidade piauiense.

Fonte: Portal AZ

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