Enchentes no Texas matam 27 em acampamento para meninas

Camp Mystic foi devastado por subida repentina do Rio Guadalupe; diretor está entre as vítimas

Por Viviane Setragni, 07/07/2025 10:39

O acampamento de verão Camp Mystic, exclusivo para meninas e localizado às margens do Rio Guadalupe, no Texas, confirmou nesta segunda-feira (7) a morte de ao menos 27 pessoas — entre campistas e monitores — após a enchente que atingiu a região durante o fim de semana do feriado da Independência dos Estados Unidos.

Foto: Jim Vondruska / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

Roupas de crianças encontras em acampamento no Texas.

Em nota oficial, os organizadores afirmaram: "Nossos corações estão partidos, assim como os das famílias que enfrentam esta tragédia inimaginável." Entre os mortos está o ex-proprietário do acampamento, Dick Eastland, que faleceu tentando resgatar os participantes.

O número de vítimas fatais pode aumentar. Segundo autoridades do Condado de Kerr, 10 meninas e um monitor ainda estão desaparecidos. O local foi um dos mais atingidos pelo avanço rápido das águas — o Rio Guadalupe subiu mais de nove metros em apenas duas horas, segundo o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA.

As enchentes já deixaram pelo menos 82 mortos em todo o estado do Texas, com mais de 40 desaparecidos. Os temporais provocaram inundações devastadoras em várias cidades da região de Texas Hill Country, área montanhosa a noroeste de San Antonio. Além do Condado de Kerr, há registros de vítimas em Travis (quatro mortes), Burnet (duas), Kendall (uma) e Tom Green (uma).

Meteorologistas alertam para novos temporais, com previsão de até 250 milímetros de chuva nos próximos dias. As equipes de resgate continuam trabalhando com o apoio de barcos, drones e helicópteros, além da atuação da Guarda Costeira e da Agência Federal de Resposta a Desastres (FEMA), acionadas pelo governo Trump.

Autoridades locais, sob anonimato, criticaram cortes feitos pelo governo federal ao Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA, alegando que a redução de pessoal comprometeu a precisão das previsões. Cerca de 600 funcionários teriam sido demitidos em junho, semanas antes da tragédia.

Uma reportagem do New York Times indicou que o escritório meteorológico de San Antonio, que atende parte das áreas afetadas, operava com falta de especialistas essenciais para emissão de alertas mais precisos.

O dilúvio já é considerado um dos maiores desastres naturais nos Estados Unidos nos últimos 100 anos. O papa Leão XIV manifestou solidariedade às vítimas durante a oração dominical no Vaticano.

Fonte: Com informações da CBN