CPI das bets ouve Fernandin OIG, suposto responsável pelo Tigrinho no Brasil

Além do empresário, outros envolvidos são ouvidos como Jojo Todynho, Deolane e Wesley safadão

Por Carlos Sousa,

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, dando sequência à investigação das apostas online no Brasil, está ouvindo, nesta terça-feira(26), o empresário Fernando Oliveira Lima, conhecido como Fernandin OIG. Apontado como um dos principais responsáveis pela operação e divulgação do jogo "Fortune Tiger" — popularmente conhecido como “jogo do tigrinho” —, Fernandin é o foco central da oitiva devido às suspeitas de lavagem de dinheiro e facilitação de apostas ilegais.

Foto: ReproduçãoInvestigados na CPI das Bets
Investigados na CPI das Bets

Envolvimento

O aplicativo de apostas “Fortune Tiger” é desenvolvido pela PG Soft, empresa sediada em Malta, e funciona como uma máquina caça-níqueis virtual. Segundo a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI, a empresa One Internet Group (OIG), de propriedade de Fernandin OIG, seria a principal responsável pela divulgação do jogo no Brasil, embora a empresa negue relação direta com a PG Soft e afirme atuar apenas no ramo de anúncios em redes sociais.
 

Foto: Saulo Cruz/Agência SenadoCPI está sob sessão, com influenciadores, empresários investigados e autoridades federais
A CPI está sob sessão, com influenciadores, empresários investigados e autoridades federais

“Facilitar operações de apostas online levanta sérias preocupações sobre práticas ilícitas e lavagem de dinheiro. Precisamos esclarecer as estratégias da empresa para divulgar o jogo e seus impactos no público brasileiro”, afirmou Soraya.

Além de Fernandin, a sessão da CPI das Bets também deve ouvir autoridades de Pernambuco ligadas ao combate a apostas ilegais, como Alessandro Carvalho Libório (Secretário de Defesa Social), Paulo Gustavo Gondim Borba Correia (diretor metropolitano da Polícia Civil) e Renato Márcio Rocha Leite (delegado-geral da Polícia Civil). Estes profissionais lideram investigações que integram a Operação Integration, voltada para desmantelar esquemas de lavagem de dinheiro por meio de jogos de azar.

Influenciadores

Outra frente da investigação envolve influenciadores digitais e artistas que estariam promovendo apostas online em redes sociais. A CPI aprovou a convocação de figuras populares, incluindo:

Deolane Bezerra, influenciadora digital

Gessica Kayane (Gkay), atriz e influenciadora

Jojo Todynho, cantora

Wesley Safadão, cantor

Tirulipa, humorista

Vitória di Felice Moraes, influenciadora

Rodrigo Mussi, influenciador

Pâmela Drudi, esposa de Fernandin OIG

Jon Vlogs, influenciador e criador da plataforma JonBet

Para Soraya Thronicke, a atuação dos influenciadores é preocupante. “Essas propagandas incentivam a população a participar das apostas, causando prejuízos financeiros severos às famílias. Estamos falando de bilhões de reais que deixam o mercado brasileiro para alimentar um sistema não regulamentado e muitas vezes ilícito”, destacou.

Outros investigados e autoridades convocadas

A CPI também aprovou a convocação de dez pessoas citadas em inquéritos sobre lavagem de dinheiro, como Marcela Tavares, sócia da Esportes Gaming, e representantes de empresas como BPX Bets, Pay Brokers e Caminho da Sorte. Autoridades públicas, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também estão entre os nomes que poderão ser ouvidos.

“Esta CPI não é contra nem a favor de governo. Nosso objetivo é proteger a sociedade e regulamentar uma atividade que está afetando gravemente o orçamento familiar e a economia do país”, afirmou o presidente da comissão, senador Dr. Hiran (PP-RR).

A CPI das Bets foi criada em 12 de novembro e tem até abril de 2025 para investigar a influência das apostas online no Brasil, incluindo associações com organizações criminosas e os impactos financeiros nas famílias brasileiras. A comissão já aprovou 169 requerimentos, incluindo a solicitação de 37 relatórios financeiros ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que podem identificar movimentações suspeitas de empresas e indivíduos ligados ao setor de apostas.

Fonte: Com informações Agência Senado

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