STF dá 15 dias para Silvio Almeida responder à acusação de difamação
Ex-ministro é acusado pela Me Too Brasil após nota oficial sobre denúncias de assédio.
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), estabeleceu um prazo de 15 dias para que o ex-ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, responda a uma queixa-crime por difamação apresentada pela organização Me Too Brasil. A decisão foi assinada em 26 de março e divulgada no domingo (30).

A ação está relacionada a acusações de assédio e importunação sexual feitas por diversas mulheres contra Almeida, incluindo a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Os supostos abusos foram revelados pelo portal Metrópoles em setembro do ano passado. Na época, a Me Too Brasil confirmou que prestava auxílio psicológico e jurídico às mulheres que relataram ser vítimas do ex-ministro, que acabou sendo demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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No mesmo dia em que as denúncias vieram à tona, o Ministério dos Direitos Humanos, então sob comando de Almeida, publicou uma nota oficial acusando a Me Too Brasil e sua diretora-presidente, Marina Ganzarolli, de tentarem interferir em licitações do Disque 100, canal do governo para denúncias de violações aos direitos humanos. O texto, posteriormente retirado do ar após a demissão de Almeida, alegava que a organização buscava atender a interesses próprios nas negociações.
Em fevereiro, a Me Too Brasil e Ganzarolli apresentaram duas queixas-crime ao STF, acusando o ex-ministro de difamação por imputar falsamente a elas a prática de crimes como fraude em licitação, sem apresentar provas.
Atualmente, Almeida responde a um inquérito no Supremo, prorrogado no mês passado, em que a Polícia Federal apura as acusações de abuso moral e sexual contra ele. Desde que o escândalo veio à tona, o jurista nega todas as acusações e se diz perseguido politicamente.
Fonte: Agência Brasil