Ex-comandante da FAB depõe sobre trama golpista no STF nesta quarta-feira

Tenente-brigadeiro Carlos Baptista Júnior será ouvido como testemunha no caso

Por Dominic Ferreira,

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira (21) as audiências relacionadas à trama golpista que envolveu o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete denunciados. O único depoimento agendado para hoje é do tenente-brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Júnior, que foi comandante da Força Aérea Brasileira (FAB) durante o governo Bolsonaro. A audiência está marcada para começar às 11h30 e será presidida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos que investigam a tentativa de impedir que Luiz Inácio Lula da Silva assumisse seu terceiro mandato como presidente.

Foto: Reprodução | Marcelo Casal Jr | Agência BrasilCapa

Carlos Baptista Júnior foi convocado a depor na condição de testemunha devido à sua participação em uma reunião entre o ex-presidente e os comandantes das Forças Armadas, onde foi apresentado um estudo com teses jurídicas que justificariam a decretação de um estado de sítio e outras medidas golpistas em 2022. Durante investigações anteriores, o militar alertou Bolsonaro de que a FAB não apoiaria o plano golpista, destacando a posição da Força Aérea em relação a tais ações.

Além disso, Baptista Júnior mencionou que o então comandante do Exército, Freire Gomes, também presente na reunião, teria afirmado que, caso Bolsonaro tentasse implementar um ato golpista, ele seria preso. No entanto, em depoimento ao STF na segunda-feira (19), Freire Gomes negou ter feito tal ameaça, afirmando que alertou o presidente sobre as implicações jurídicas de suas ações.

As audiências de testemunhas, que ocorrerão entre os dias 19 de maio e 2 de junho, incluem depoimentos de figuras políticas como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e deputados e senadores aliados de Bolsonaro. Após a coleta de testemunhos, o ex-presidente e os demais réus serão convocados para interrogatório, com a expectativa de que o julgamento ocorra ainda este ano. Os réus enfrentam graves acusações, incluindo organização criminosa armada e tentativa de golpe de Estado, com penas que podem ultrapassar 30 anos de prisão.

Fonte: Agência Brasil

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