Justiça libera Influenciador que atropelou noivo no dia do casamento
Após 10 meses foragido, Vitor Belarmino tem prisão preventiva substituida por medidas cautelares
A Justiça do Rio de Janeiro decidiu nesta sexta-feira (30) revogar a prisão preventiva do influenciador digital Vitor Vieira Belarmino, acusado de atropelar e matar o fisioterapeuta Fábio Toshiro Kikuta no dia do seu casamento, ocorrido em julho de 2023, no bairro Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste da capital fluminense. A decisão foi tomada pela juíza Alessandra da Rocha Lima Roidis, da 1ª Vara Criminal da Capital, que substituiu a prisão por um conjunto de medidas cautelares.

Após permanecer foragido por 10 meses, Belarmino se entregou à polícia no último dia 19 de maio. Ele foi interrogado em audiência no dia 28 de maio, quando a prisão havia sido mantida. No entanto, dois dias depois, a magistrada entendeu que a medida extrema de encarceramento poderia ser substituída por restrições alternativas menos severas, já que o acusado é réu primário e tem bons antecedentes criminais.
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Na decisão, a juíza argumentou que, embora Belarmino acumule 97 anotações em sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH), apenas 11 são atribuídas diretamente a ele, e nenhuma delas se refere a condução em alta velocidade. “Nesse momento processual, utilizar tal fundamento, isoladamente, para indicar que o acusado seria contumaz em dirigir perigosamente, a ponto de ensejar a medida extrema de prisão preventiva, não se mostra suficiente”, escreveu.
O Ministério Público se posicionou contra a revogação da prisão. A promotoria destacou que o influenciador permaneceu foragido por quase toda a fase de instrução processual, o que representaria risco à continuidade e integridade do processo.
O caso ganhou notoriedade pela circunstância trágica. Fábio Kikuta havia acabado de se casar com Bruna Villarinho e estava hospedado em um hotel da orla do Recreio. Na manhã seguinte à cerimônia, ao caminhar com a esposa até a praia, foi atropelado por uma BMW conduzida por Belarmino. Segundo testemunhas e imagens de câmeras de segurança, o veículo trafegava em alta velocidade e de forma imprudente. Laudo da perícia técnica apontou que o carro estava a 109 km/h em um trecho com limite de 70 km/h. A vítima morreu no local.
Apesar disso, a magistrada ponderou que a prisão preventiva deve ser uma medida excepcional. Para garantir o andamento regular do processo, Belarmino deverá cumprir uma série de medidas cautelares. Entre elas, está a obrigatoriedade de comparecimento mensal em juízo para prestar contas de suas atividades, entrega da CNH e do passaporte, além da proibição de conduzir qualquer veículo automotor.
Outras restrições incluem a proibição de frequentar casas noturnas no período entre 22h e 6h, de se ausentar do estado do Rio de Janeiro por mais de 30 dias sem autorização judicial, e de manter contato — direto ou por redes sociais — com testemunhas, com a viúva da vítima e familiares de Fábio Kikuta. Ele também deve manter uma distância mínima de 500 metros da esposa da vítima.
Fonte: Agência Brasil