Avanço da extrema direita leva Macron a dissolver parlamento na França
Eleições na Europa demonstraram forte tendência da direita, o que levou o presidente francês a convocar novas eleições
A extrema direita conquistou avanços significativos nas eleições para o Parlamento Europeu, desencadeando um impacto político considerável na França. O presidente Emmanuel Macron foi compelido a dissolver a Assembleia Nacional e convocar eleições antecipadas após a coligação de seu governo sofrer uma derrota para o Reunião Nacional (RN), liderado por Marine Le Pen, principal candidata da extrema direita francesa.
Em seu pronunciamento, Macron reconheceu a ascensão da extrema direita e a necessidade de novas eleições legislativas, que ocorrerão em 30 de junho (primeiro turno) e 7 de julho (segundo turno). Marine Le Pen, por sua vez, declarou que o resultado é um claro recado contra o governo de Macron e a construção europeia tecnocrática.
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A dissolução do parlamento é um instrumento permitido no sistema político da França . Macron alegou que o país precisa responder sobre sua preferência para liderar o país, por isso, convocou novas eleições.
Avanços na Alemanha e Itália
Na Alemanha, o partido AfD, conhecido por suas posições extremistas, ficou em segundo lugar, impulsionado principalmente pelos eleitores mais jovens. Já na Itália, o partido da primeira-ministra Giorgia Meloni, também de direita radical, liderou a disputa eleitoral.
Resultados em Portugal
Em Portugal, o Partido Socialista liderou com 32,1% dos votos, seguido pela Aliança Democrática (AD) com 31,1%. O partido ultradireitista Chega elegeu dois parlamentares, enquanto a Iniciativa Liberal elegeu dois, e o Bloco de Esquerda e a CDU, um cada. O primeiro-ministro Luís Montenegro afirmou que os resultados garantiram a normalidade democrática no país.
Apesar dos ganhos da extrema direita, os conservadores moderados, reunidos no Partido Popular Europeu (PPE), garantiram a maioria dos assentos no Parlamento, com 189 deputados. Os socialistas e sociais-democratas ficaram com 135 postos, enquanto o grupo Renovação da Europa, apoiado por Macron, obteve 82 parlamentares. Os radicais de direita, divididos em duas bancadas, devem somar 130 representantes, podendo chegar a 149 ao incluir outros radicais como o AfD.
Análise Internacional
Analistas como Pawel Zerka, do Conselho Europeu para as Relações Internacionais, e Jacob Kirkegaard, do Instituto Peterson de Economia Internacional, discutiram as implicações dos resultados. Zerka vê a decisão de Macron como uma tentativa arriscada de evitar a perda de poder, enquanto Kirkegaard minimiza o impacto geral, ressaltando que a maioria centrista persiste.
As eleições europeias envolveram mais de 370 milhões de eleitores, com menos da metade participando. Um sistema eletrônico facilitou a votação em diversas regiões, garantindo a participação democrática.
Fonte: Com informações do Correio Braziliense