Trump adia decisão sobre ataque ao Irã enquanto conflito com Israel escala

Presidente norte-americano evita confirmar participação em ofensiva; Irã promete reação

Por Carlos Sousa,

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (18/6), durante declaração no gramado da Casa Branca, que ainda não decidiu se autorizará um ataque ao Irã em apoio à ofensiva israelense. Segundo o líder norte-americano, o Irã enfrenta “muitos problemas” e “quer negociar”, mas nenhuma posição oficial foi tomada sobre uma eventual participação militar dos EUA no conflito em curso.

“Ninguém sabe o que vou fazer”, declarou Trump, ao ser questionado sobre a possibilidade de ações militares. Ele acrescentou: “Pode ser que sim, pode ser que não”, deixando em aberto a decisão sobre o envolvimento direto dos Estados Unidos nos ataques contra alvos iranianos.

Conflito em escalada

A hesitação de Trump ocorre em meio à intensificação dos confrontos entre Israel e Irã, que chegaram ao sexto dia consecutivo de ataques. Israel afirma ter conduzido um "ataque preventivo", com o objetivo de impedir o avanço do programa nuclear iraniano.

Na madrugada desta quarta, o Exército israelense informou ter mobilizado mais de 50 aviões em uma ofensiva contra uma instalação de produção de centrífugas em Teerã e vários locais de fabricação de armas, incluindo componentes usados em mísseis terra-terra.

Por sua vez, o Irã reagiu com o lançamento de cerca de 10 mísseis balísticos contra o território israelense. Segundo fontes militares de Israel, a maioria dos projéteis foi interceptada por sistemas de defesa aérea.

Troca de declarações

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, usou as redes sociais para prometer uma "resposta firme ao regime terrorista sionista", afirmando que a reação será “sem piedade”. Durante a semana, Khamenei já havia alertado os Estados Unidos que qualquer intervenção militar resultaria em “consequências irreparáveis”.

Trump, ao ser questionado sobre a resposta de Khamenei, respondeu de forma lacônica: “Eu digo ‘boa sorte’”.

O premiê israelense Benjamin Netanyahu, em pronunciamento no último sábado (14/6), reforçou que as ações militares de Israel continuarão até que o objetivo de conter o programa nuclear iraniano seja atingido.

Além disso, o governo israelense tem pressionado os EUA por uma postura mais ativa, solicitando o apoio direto de tropas americanas nas operações. Até o momento, no entanto, Trump segue sem confirmar se atenderá ao pedido, mantendo a política de incerteza quanto ao envolvimento direto no conflito.

Fonte: Metrópoles

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