Irã acusa Israel de crimes de guerra e debate com Europa soluções para conflito
Ministro iraniano participa de reunião em Genebra enquanto ofensiva militar segue no oitavo dia
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, participou nesta sexta-feira (20/6) de uma reunião com autoridades europeias em Genebra, na Suíça, para discutir a escalada do conflito entre Israel e Irã. O encontro reuniu os chanceleres da França, Alemanha e Reino Unido, com o objetivo de buscar soluções diplomáticas para evitar o agravamento da crise, que envolve especialmente o programa nuclear iraniano.

Durante o encontro, Araghchi afirmou que o Irã enfrenta uma "guerra injusta imposta ao povo iraniano" e classificou os ataques israelenses como "crimes de guerra graves". O ministro ressaltou ainda o risco de uma catástrofe ambiental e de saúde, em função de possíveis vazamentos radiológicos nas instalações nucleares atacadas.
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Contexto da ofensiva israelense
O conflito se intensificou na semana passada, após Israel lançar o que chamou de “ataque preventivo” contra o Irã, com foco no programa nuclear iraniano. Segundo o governo israelense, a ação teve como objetivo impedir que o Irã desenvolva uma arma nuclear.
Em resposta, o Irã lançou uma ofensiva com drones e mísseis contra o território israelense, atingindo cidades como Tel Aviv e Be’er Sheva. O sistema de defesa Domo de Ferro foi acionado para tentar neutralizar os ataques, mas falhas pontuais permitiram impactos diretos, como o ocorrido em Be’er Sheva, onde cinco pessoas ficaram feridas, segundo a mídia local.
Acusações iranianas e impacto nas negociações
O chanceler iraniano alegou que o ataque de Israel ocorreu durante um processo diplomático em andamento. Segundo Araghchi, o Irã tinha uma reunião agendada com autoridades americanas para discutir um acordo sobre o programa nuclear no dia 15 de junho, dois dias após o início da ofensiva.
O ministro afirmou ainda que os ataques israelenses atingiram não apenas instalações militares e nucleares, mas também civis, incluindo professores universitários e militares fora de serviço. Ele citou uma suposta violação ao Artigo 2, parágrafo 4, da Carta das Nações Unidas, que proíbe o uso da força entre Estados.
Posição internacional: EUA e Europa
Enquanto os Estados Unidos avaliam sua participação direta no conflito, com decisão prevista para as próximas duas semanas, a Europa mantém a defesa de uma solução diplomática. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, informou que a decisão americana será tomada com base no andamento das negociações entre os países envolvidos.
Por outro lado, os ministros europeus seguem buscando um cessar-fogo imediato, reforçando a necessidade de um canal de diálogo que permita uma saída pacífica para a crise.
Oitavo dia de confrontos
O conflito chegou ao oitavo dia com novos episódios de violência. O exército israelense relatou ataques a mais de 35 instalações iranianas nas cidades de Tabriz e Kermanshah, enquanto o Irã lançou mais mísseis contra o território israelense.
Fonte: Metrópoles