Irã sinaliza retomada de diálogo se Trump ordenar fim dos ataques israelenses
Governo iraniano condiciona negociações ao cessar dos bombardeios; Europa e EUA pressionam por limite ao programa nuclear
O governo do Irã afirmou nesta sexta-feira (20) que a diplomacia com os Estados Unidos pode ser retomada imediatamente, caso o presidente norte-americano, Donald Trump, oriente a liderança de Israel a interromper os ataques militares ao território iraniano. A declaração foi dada por Majid Farahani, porta-voz da presidência iraniana, em entrevista à CNN.

Segundo Farahani, o Irã mantém disposição para o "diálogo civil", seja de forma direta ou indireta. "O presidente Trump pode facilmente parar a guerra com apenas um telefonema para os israelenses", afirmou o porta-voz, reforçando que "negociações são inviáveis enquanto as bombas continuarem atingindo o Irã".
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Impasse nuclear permanece
Apesar de demonstrar abertura para negociações, Farahani destacou que o Irã não pretende interromper totalmente o enriquecimento de urânio, atividade que o governo iraniano insiste ter fins pacíficos. No entanto, o porta-voz reconheceu que concessões parciais podem ser consideradas, incluindo a possibilidade de reduzir o nível de enriquecimento.
"Talvez possa ser menor, mas não o impediremos", afirmou, sinalizando que o tema pode ser objeto de negociação, caso haja avanços diplomáticos.
Pressão internacional aumenta
Enquanto isso, potências europeias e os próprios Estados Unidos seguem pressionando o Irã para limitar seu programa nuclear. A França, por exemplo, tem defendido publicamente uma política de "enriquecimento zero", posição reforçada nesta semana pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores francês, Christophe Lemoine.
A Alemanha e a União Europeia também têm participado das articulações diplomáticas, buscando evitar o agravamento do conflito.
Conflito em curso e cenário de incerteza
Os ataques israelenses ao Irã, iniciados na última semana como parte de uma ofensiva preventiva contra o programa nuclear iraniano, continuam gerando tensão internacional. Em resposta, o Irã lançou mísseis e drones contra o território israelense, ampliando o confronto armado entre os dois países.
Diante desse contexto, Trump anunciou uma janela de duas semanas para decidir se os EUA participarão diretamente da guerra, uma decisão que pode ter impactos significativos na estabilidade do Oriente Médio.
Fontes próximas à Casa Branca apontam, no entanto, que há divisão interna na equipe presidencial sobre a possibilidade de um ataque militar direto ao Irã, o que adiciona mais incertezas ao cenário diplomático.
Primeira reunião presencial em Genebra
Em paralelo, ministros das Relações Exteriores do Irã, França e Alemanha, além do chefe de política externa da União Europeia, iniciaram conversas presenciais em Genebra, na Suíça, nesta sexta-feira. Trata-se da primeira reunião direta entre os representantes desde o início do conflito.
A expectativa internacional é que as conversas possam abrir um canal para uma solução pacífica, mesmo diante das dificuldades e das posições divergentes sobre o futuro do programa nuclear iraniano.
Fonte: CNN Brasil