Mais de 30 trabalhadores são resgatados de situação análoga à escravidão no Piauí
Os homens trabalhavam em colheitas de carnaúba e em pedreiras
O Ministério Público do Trabalho (MPT), por meio do Grupo Móvel, composto por representantes do auditores fiscais do Trabalho, Polícia Federal, Defensoria Pública da União, Ministério Público Federal e ainda Polícia Rodoviária Federal, resgatou 39 trabalhadores piauienses que trabalhavam em situação análogas à escravidão. Os homens trabalhavam em plantios de carnaúba e em pedreiras nas cidades de Anísio de Abreu, Batalha, Buriti dos Lopes, Campo Maior, Castelo do Piauí e Flores do Piauí.
Os trabalhadores - que não possuíam carteiras de trabalho assinadas – foram encontrados em situação desumana. Segundo a equipe do Grupo Móvel, não havia instalações sanitárias, água potável e nem local apropriado para armazenar alimentos. Ademais, eles dormiam em baixo de árvores ou de lonas, sem qualquer proteção.
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Mais de 30 trabalhadores são resgatados de situação análoga à escravidão no Piauí (Foto: MPT)
A inspeção também constatou o uso de pólvora para detonar as pedreiras, situação que colocava a vida dos trabalhadores em risco.
“A pólvora era adquirida pelos trabalhadores e guardada em uma caixa ou sacola no barraco onde dormiam. A pólvora era comprada em supermercado (pólvora preta). Compravam de unidade, uns 4 ou 5 cartuchos. Detonavam a pólvora utilizando uma bateria. Se posicionavam há uma distância de uns 20 metros na hora da detonação”, diz um trecho do relatório.
Houve uma conversa entre representantes do Grupo Móvel e empregadores para garantir o pagamento das verbas rescisórias aos homens. Somente um deles não efetuou o pagamento e o MPT tomará as medidas judiciais cabíveis.
No último mês de julho, a operação Resgate II retirou treze piauienses da situação análoga à escravidão nos municípios de Cristino Castro, Currais e Palmeira do Piauí. Com isso, já são 52 trabalhadores resgatados de condições precárias de trabalho no Estado.