Agricultor denuncia conivência da PM com violência de fazendeiro
Um vídeo flagrou o momento que o homem foi levado com escolta da PM
Valdir da Silva Torres, um agricultor de 41 anos, residente da cidade de União, foi vítima de agressão e tortura, segundo ele, por parte do fazendeiro Jorge Ancelmo Mendonça, que supostamente teve conivência da Polícia Militar do município para praticar as agressões. O agricultor registrou um boletim de ocorrência do caso, mas agora, denuncia que o processo foi transferido para a capital e desapareceu do sistema. Segundo o relato também há suposto envolvimento de executivos da Usina Olho d’água.
O agricultor teria sido sequestrado de sua casa, no dia 01 de junho, por ‘jagunços’ do fazendeiro, que buscavam informações sobre um furto de ovelhas na fazenda em questão. De acordo com o relato, cinco homens o teriam espancado e torturado e que junto a estes, estariam também agentes da Polícia Militar. Câmeras de segurança no entorno da residência da vítima flagraram o momento em que o agricultor é levado pelos homens na carroceria de uma caminhonete.
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No vídeo também é possível ver dois policiais militares fazendo uma espécie de escolta para a caminhonete.
Um boletim de ocorrência foi registrado no dia 07 de junho junto ao 20° distrito da Polícia Civil. No documento consta a denúncia completa e detalhada das agressões. O caso passou a ser investigado, no entanto, poucos dias depois, o inquérito foi transferido para Teresina e após isso, não houve nenhum andamento.
Uma das testemunhas do caso, Vilmar Torres, veio até a capital para verificar o andamento da denúncia e descobriu que o inquérito não existe. Segundo ele, as autoridades em Teresina não souberam dar maiores explicações a respeito do caso.
“O inquérito que ficou em União que tratava da questão do furto das ovelhas, esse daí a delegada já investigou, identificou os acusados, já mandou o processo para o Ministério Público. Porque envolve pobre. Os pobres, já estão todos identificados, o inquérito que envolve o fazendeiro, que envolve os policiais militares e que envolve funcionários da empresa Grupo Olho D’água até agora não foi dado resposta e simplesmente desapareceu” diz Vilmar, que está em Teresina buscando atualizações do inquérito.
Ainda segundo Vilmar, a investigação ouviu apenas os agricultores e não buscou detalhes sobre o envolvimento dos policiais, dos executivos da Olho D’água ou identificou os jagunços que praticaram a violência.
Jorge Ancelmo, fazendeiro apontado como mandante da agressão, chegou a ser ouvido durante a investigação do caso de furto das ovelhas, no entanto o caso de tortura e violência segue sem desdobramentos.
A delegacia geral de Polícia Civil ainda não se manifestou sobre o caso.
Fonte: Portal AZ