Confira os passos por trás do envenenamento de família em Parnaíba
A investigação apontou o padrasto como principal suspeito de matar os 4 membros da família
A Polícia Civil de Parnaíba divulgou detalhes sobre o caso de envenenamento que vitimou nove pessoas de uma mesma família no primeiro dia de 2025. A principal suspeita recai sobre Francisco de Assis Pereira, padrasto de algumas das vítimas, que está preso preventivamente. O caso chocou a comunidade e levanta questionamentos sobre as circunstâncias e a motivação do crime.
- Participe do nosso grupo de WhatsApp
- Participe do nosso grupo de Telegram
- Confira os jogos e classificação dos principais campeonatos
Cronologia
30 de dezembro:
A família de Francisca Maria Silva recebeu uma doação de 30 kg de manjubas, distribuídas por uma associação de pescadores. Na noite de réveillon (31 de dezembro), o jantar incluiu arroz, feijão e farinha. As sobras ficaram armazenadas em panelas sobre o fogão.
Madrugada de 1º de janeiro:
Enquanto todos dormiam, Francisco de Assis permaneceu acordado até as 4h da manhã. A polícia acredita que foi nesse intervalo que o arroz foi envenenado.
Almoço de 1º de janeiro:
No almoço, Francisco insistiu que o arroz da noite anterior fosse requentado. A comida foi aquecida com um pouco de água, e o veneno teria se concentrado nas primeiras camadas, sendo consumido em maior quantidade por quem se serviu primeiro.
As crianças Maria Gabriela, Lauane e Igno Davi, junto com o tio Manoel Leandro, foram os primeiros a comer e apresentaram os sintomas mais graves cerca de 30 minutos depois.
Manoel Leandro faleceu antes da chegada do SAMU.
Outros membros da família foram levados ao Hospital Estadual Dirceu Arcoverde.
Francisco apresentou sintomas horas depois, levantando suspeitas devido à demora, incompatível com o tempo médio de ação do veneno (terbufós).
Foram internados:
Lauane Fontenele, 3 anos, Maria Gabriela e Igno Davi, 1 ano e meio (irmãos).
Francisca Maria (mãe das crianças), Lívia Maria, Maria Jocilene, Manoel Leandro e Jhonatas Albert Pereira da Silva.
Mortos:
Lauane Fontenele, Maria Gabriela, Manoel Leandro e Francisca Maria.
Suspeito e Investigação
Francisco de Assis foi o último a se servir e teria comido pequenas quantidades, caminhando pela casa e deixando comida no prato, segundo relatos. Ele apresentou sintomas de envenenamento somente às 16h40, enquanto estava na viatura policial.
O comportamento levantou suspeitas, e Francisco foi detido. O delegado Abimael Silva reforçou que as provas até agora indicam sua participação no crime.
Relação com Caso Anterior
Em agosto de 2024, João Miguel e Ulisses, parentes das vítimas atuais, morreram envenenados após ingerirem cajus supostamente oferecidos por uma vizinha, que segue presa. Apesar da semelhança entre os casos, a polícia não trabalha, por ora, com uma ligação direta entre os incidentes.
“O caso anterior está com o Poder Judiciário e segue outro processo. Nosso foco é na investigação atual”, destacou o delegado.
Confira a coletiva na íntegra:
O Que Dizem os Familiares
O envenenamento devastou a família. A mãe de João Miguel e Ulisses relatou: “A dor é tanta que eu não consigo nem chorar”.
A polícia segue investigando o caso, com previsão de conclusão do inquérito em 30 dias
Fonte: Polícia Civil do Piauí