Ataque hacker desvia R$ 542 milhões da BMP; suspeito é preso em São Paulo

Um funcionário da C&M Software confessou participação no crime e foi detido pela Polícia Civil

Por Carlos Sousa,

A Polícia Civil de São Paulo (PCSP) informou que um ataque cibernético à empresa C&M Software, ocorrido nesta semana, resultou no desvio de R$ 542 milhões da instituição de pagamento BMP. O crime, segundo apurações da Divisão de Combate a Crimes Cibernéticos, contou com a colaboração de um funcionário da C&M, responsável por facilitar o acesso indevido aos sistemas de transações via Pix entre a BMP e o Banco Central.

Foto: Reprodução/Redes SociaisJoão Nazareno Roque, de 48 anos.
João Nazareno Roque, de 48 anos

O principal suspeito, o operador de TI João Nazareno Roque, foi preso na noite de quinta-feira (3), na capital paulista. De acordo com a PCSP, Roque confessou ter sido aliciado por outros indivíduos e admitiu ter cedido suas credenciais para que o grupo realizasse transferências eletrônicas em massa. Equipamentos eletrônicos foram apreendidos em sua residência e devem auxiliar nas investigações.

A polícia já conseguiu rastrear parte dos valores desviados. Um total de R$ 541 milhões teria sido transferido para contas de outras instituições financeiras, e a Justiça determinou o bloqueio de R$ 270 milhões em uma das contas envolvidas.

Em nota, o Banco Central esclareceu que nem a C&M Software nem seus funcionários possuem vínculo contratual com a instituição. A empresa atua como prestadora de serviços para instituições financeiras que oferecem contas transacionais.

A C&M Software, por sua vez, declarou estar colaborando proativamente com as investigações. A empresa afirmou ter adotado todas as medidas técnicas e legais desde o início do incidente e reforçou que os sistemas permanecem plenamente operacionais. Segundo a nota, a origem do ataque está associada a técnicas de engenharia social e ao uso indevido de credenciais, e não a falhas nos sistemas da empresa.

A companhia destacou seu compromisso com a integridade e a segurança do ecossistema financeiro, princípios que, segundo a C&M, norteiam sua atuação há 25 anos. Por fim, a empresa informou que manterá discrição e não fará novas declarações públicas enquanto as investigações estiverem em curso.

Fonte: CNN Brasil

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