Bolsonaro faz live de despedida e afirma não apoiar confrontos

O presidente deixa o país hoje e não retorna para passar a faixa presidencial

Por Sabrina Alana,

Jair Bolsonaro, fez hoje (30) uma live de despedida à seus apoiadores, onde fez um balanço dos feitos do seu governo e afirmou não apoiar confrontos de seus apoiadores. O presidente deve deixar o Brasil ainda hoje e não retorna para a posse presidencial, na ocasião, o presidente deveria passar a faixa para seu sucessor.

Foto: ReproduçãoBolsonaro embarca hoje para os Estados Unidos e não retorna para a cerimônia de posse
Bolsonaro embarca hoje para os Estados Unidos e não retorna para a cerimônia de posse

Na transmissão, Jair avaliou seu governo como “bastante positivo”, e enfatizou os obstáculos que precisou superar, como a pandemia de covid e a guerra na Ucrânia. Ele ainda citou a política armamentista implementada pelo seu governo, como um avanço na redução da violência. Citou também o auxílio emergencial, o reajuste do piso da educação, redução de impostos e o marco ferroviário.

Para seus apoiadores, acampados em frente aos Quartéis Generais do Exército em todo o país, Jair afirmou que não se deve achar que o mundo acabou pela vitória de Lula. 
  
 “Creio no patriotismo de vocês, na inteligência. Sei o que vocês passaram ao longo desses dois meses, no sol, na chuva. Isso não vai ficar perdido. Imagens foram para fora do Brasil”, disse, acrescentando que, no país, houve um despertamento da população para entender mais de política e a preocupação com o voto responsável.

Bolsonaro também criticou a ação do Extremista que, no último dia 24, realizou uma tentativa de atentado no aeroporto de Brasília.

“Não é porque um elemento que passou por lá [acampamento de manifestantes nos quartéis] fez besteira que todo mundo tem que ser acusado disso”, disse. 

Bolsonaro afirmou ainda que sempre lutou por “democracia, liberdade, respeito às leis e à Constituição”. “O oxigênio da democracia é a liberdade.” Para o presidente, não houve liberdade para debater assuntos relacionados ao combate à pandemia e às urnas.

O quase ex-presidente também argumentou que a campanha eleitoral foi “imparcial”, com “acusações absurdas” na propaganda eleitoral contra ele, menor espaço de divulgação em rádios e com decisões da Justiça favoráveis a Lula. Ele citou ainda a condenação do Partido Liberal (PL) ao pagamento de multa de quase R$ 23 milhões por litigância de má-fé. A legenda de Bolsonaro pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a anulação de parte dos votos, no segundo turno.

Para o presidente, as decisões tomadas pela Justiça estimularam reações de seus apoiadores. “Para qualquer medida de força, sempre há uma reação. Tem que sempre buscar o diálogo para resolver as coisas, não pode dar um soco na mesa e não se discute mais esse assunto. Tudo isso trouxe uma massa de pessoas para as ruas, protestando”, disse.

Segundo Bolsonaro, os manifestantes foram para os quartéis em busca de “segurança”. “Eu não participei desse movimento, eu me recolhi”, disse. Para o presidente, se ele participasse desse movimento poderia “tumultuar ainda mais” a situação. “O que houve foi uma manifestação do povo, não tinha liderança, não tinha ninguém coordenado. O protesto foi pacífico, ordeiro, seguindo a lei”, acrescentou.

Viagem

A transmissão de despedida de Jair, veio logo antes de sua ida para os Estados Unidos, com vôo marcado para esta tarde, Bolsonaro não tem data de volta e, com isso, confirma as suspeitas gerais de que ele não irá passar a faixa presidencial para Lula.

Segundo o sistema de monitoramento do tráfego aéreo, o avião presidencial da Força Aérea Brasileira (FAB) vai decolar de Brasília rumo a Orlando, nos Estados Unidos.

No começo do dia, um despacho publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira autorizou a atuação de cinco assessores em uma "agenda internacional" com Bolsonaro entre o dia 1º de janeiro e 30 de janeiro.

Assim que Bolsonaro deixar o espaço aéreo brasileiro, o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) passa a ser automaticamente o presidente em exercício até a data da posse de Luiz Inácio Lula da Silva no dia 1° de janeiro.

Fonte: Agência Brasil

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