TCU instaura auditoria sobre gastos do cartão corporativo de Bolsonaro

Os valores tiveram um salto anormal durante o período eleitoral

Por Redação do Portal AZ, 17/02/2023 12:43

O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou, por unanimidade, a instauração de uma auditoria nos gastos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPGF), o cartão corporativo. O pedido foi feito pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara, depois de requerimento do deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) para apurar principalmente um aumento desproporcional de gastos no período das eleições.

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Bolsonaro

Gastos do ex-presidente no cartão corporativo tem indícios de corrupção

A Unidade de Auditoria Especializada em Governança e Inovação, vinculada ao TCU ficará responsável pela fiscalização dos gastos registrados nos meses entre agosto e outubro do ano passado. Além disso, a unidade também vai analisar a atuação do Banco do Brasil, que foi responsável por operar as transações do cartão corporativo do ex-presidente.

Uma das constatações que levou a abertura da apuração foi o aumento de 108% nos gastos do cartão corporativo durante o período eleitoral. Os valores pagos com o cartão da presidencia entre agosto e outubro (período eleitoral) somaram R$ 9.188.642,20, o que equivale a cerca de R$ 3.062.880,73 por mês. A média mensal de gastos do mesmo período referentes a 2021 foi de R$ 1.574.509,64, muito abaixo dos gastos efetuados em 2022 durante a campanha eleitoral em que Bolsonaro tentava a reeleição.

"Os valores são absurdos. Enquanto temos 33 milhões de brasileiros passando fome, Bolsonaro torra milhões com cartão corporativo, pago com dinheiro público, mantendo os gastos sob sigilo", disse Elias Vaz, na época em que apresentou os dados à CFFC. "É preciso passar um pente fino sobre esses gastos. A auditoria é fundamental para detectar se houve abuso no período eleitoral com recursos públicos", salientou.

Fonte: Com informações do Correio Braziliense